NBA: The Q versus The O
Arenas usadas por Cavaliers e Warriors nas finais se sustentam com uma ampla programação e donos dos naming rights estão vendo seus investimentos serem capitalizados de forma profissional
Arenas usadas por Cavaliers e Warriors nas finais se sustentam com uma ampla programação e donos dos naming rights estão vendo seus investimentos serem capitalizados de forma profissional
Meio & Mensagem
12 de junho de 2015 - 11h46
Adoro basquete. É um esporte ativo, atrativo e supercompetitivo. A NBA é o melhor basquete do mundo, dizem os americanos e os fãs espalhados pelo planeta. Com certeza é o mais organizado campeonato de basquete e um dos esportes com maior audiência e presença de fãs ao vivo nos jogos. Tudo muito profissional, sem espaço para amadores.
Estamos vivendo tempos a serem esquecidos no nosso querido futebol: o 7 a 1 ainda não foi cicatrizado, as denúncias de corrupção na Fifa, estádios com problemas de financiamento e por aí vai. Vendo os exemplos e ações existentes na NBA, fico com uma inveja danada de como o esporte mais popular do mundo poderia estar se aproveitando das inúmeras possibilidades de ativação de marcas através do esporte para tentar reverter essa situação.
Vejam o caso dos naming rights das arenas. The Q é o apelido carinhoso da renovada Quickens Loans Arena no centro de Cleveland, local dos jogos do Cavaliers. Um dos antigos donos do time de basquete (sim, lá a coisa é para profissionais com balanços e estratégias publicadas!) transformou um antigo mercado de frutas e legumes em uma arena multiuso, aonde 20 mil fãs compram ingressos antecipados online e pagam US$ 3,50 por um refrigerante ou um hot dog, e módicos US$ 10 pelo estacionamento.
Já a The O, como é chamada a Oracle Arena, casa do Golden State Warriors, fica no centro de Oakland e também comporta 20 mil fãs. Mas como fica próximo de uma das áreas mais ricas dos Estados Unidos (Vale do Silício), os preços praticados lá são superiores. O refrigerante custa US$ 4, o hot dog, US$ 6, e o estacionamento US$ 25.
Ambas as arenas se sustentam com uma ampla programação não somente baseada em basquete, pois outros esportes ajudam a pagar a conta. Extenso calendário de shows musicais também contribuem bastante. Importante dizer que na composição do retorno esperado pelas marcas que investem nestes dois locais está também a menção espontânea do nome do local em diversos veículos de mídia. A exposição que a marca Quicken Loans (uma empresa financeira de médio porte nos Estados Unidos) está tendo com os jogos de Lebron James contra Sthepen Curry (ou Anderson Varejão contra Leandrinho Barbosa) é impressionante.
Com certeza, as marcas estão vendo seus investimentos serem capitalizados de forma profissional e só reforçando a provável e possível continuidade dos investimentos nos próximos anos.
Quanta diferença em relação ao nosso futebol, hein? Falta de profissionalismo no sentido literal das palavras, poucas oportunidades de ativação, falta de menção dos nomes das empresas envolvidas, escândalos de corrupção e falta de informações críveis são alguns dos pontos que menciono que provavelmente mantém as marcas distantes das ativações através do esporte. Vale ressaltar que a NBA está fazendo um bom trabalho básico e de base aqui no Brasil neste momento.
Jogos de exibição para aproximar os astros dos fãs, ampliação dos direitos de exibição em TV por assinatura, atração de alguns jogadores brasileiros para diversos times da liga, entre outras ações. E será que isso é muito diferente do que os grandes times de futebol europeu estão fazendo por aqui?
Pergunte a qualquer jogador do Fifa 2015, independentemente da idade, qual foi o último jogo eletrônico que ele participou? Bem provável que tenha sido um Barcelona versus Bayern de Munique, não é mesmo? Brand awareness é tudo na arena esportiva. Nosso futebol deveria estar preocupado com o envolvimento de marcas e em como propiciar ativações relevantes. Como começar, eis a questão!
Paulo Octavio P. de Almeida é vice-presidente da Reed Exhibitions
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