Andrea Dietrich
25 de junho de 2013 - 8h26
Depois dessa semana cheia de palestras, conversas, sanduíches de queijo e presunto, faço minhas considerações finais de Cannes.
O festival é realmente muito intenso, com muitas coisas, painéis acontecendo ao mesmo tempo. A gente chega a ficar aflito por estar perdendo uma coisa mais legal no auditório do lado. Mas, no final das contas, o bom mesmo foi ver as discussões que estão rolando nesse momento no mercado publicitário. Confesso que vi menos de prêmios e mais dos seminários que estavam rolando.
Bom, em termos gerais, não vi muitas coisas novas. O grande assunto é a questão da integração de tecnologia com publicidade, com a criatividade. O desenvolvimento rápido da tecnologia traz uma nova necessidade para as empresas – e consequentemente suas agencias – que é de se manterem constantemente atualizadas e, para algumas, sempre a frente no que se refere à inovação. E um dos pontos sensíveis desse tópico é de como vai ser construída a publicidade e o papel das agencias num contexto onde inovação tende a dividir o bolo de investimentos em publicidade para desenvolvimento em produtos. O que já vemos são novos modelos de estruturas nas agências nascendo a partir disso, absorvendo players menores de digital, contratando experts em tecnologia, investindo em áreas de inovação e etc.
O que foi muito bem colocado pelo fundador do Tumblr é que as redes sociais e demais novas tecnologias são somente ferramentas, e que o que vai realmente fazer a diferença é COMO essas ferramentas vão ser usadas, e aí entra todo o potencial da criatividade que nossos criativos terão. Daí vem um pouco do que escrevi no post anterior, sobre a essência de tudo: independente do canal, qual será a história a ser contada?
E não só as agencias estão passando por um momento grande de transformação, toda a cadeia está. Agora nossos consumidores são, além de cocriadores de produtos e serviços, produtores dos seus próprios produtos. Tem aí uma nova categoria de consumidores que está surgindo, o que a consultoria de tendências WGSN chamou de “Novos Artistas” que, com o acesso a impressoras 3D e com os avanços das tecnologias cada vez mais acessíveis (robótica), começam a ter uma visão bem diferente do que pode ser o papel das marcas e da comercialização dos produtos no futuro.
Um mundo cada vez mais aberto, um mundo de transformações para todo mundo. Que bom que temos a oportunidade de passar por esse momento.
Até a próxima.
Andréa Dietrich é gerente de marketing da Netshoes
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