Brasileiros preferem as comédias
14 milhões de pessoas já viram filmes nacionais em 2011 nos cinemas; rir é a melhor pedida do público nas salas de exibição
14 milhões de pessoas já viram filmes nacionais em 2011 nos cinemas; rir é a melhor pedida do público nas salas de exibição
Edianez Parente
8 de setembro de 2011 - 1h06
O cinema brasileiro vem de uma década de ouro, tendo atraído 25 milhões de espectadores – ou 19% do total do público de cinema, de 134 milhões – às salas de exibição só em 2010. Para este ano, embora com um público estimado de até 18 milhões de espectadores, de acordo com as projeções do portal especializado Film B, os títulos nacionais também não estão fazendo feio nas bilheterias. Até agosto, já foram 14 milhões de brasileiros às salas para assistir a filmes nacionais, sendo a comédia De Pernas pro Ar, de Roberto Santucci, estrelada por Ingrid Guimarães, a maior bilheteria do gênero, com 3,1 milhões de pagantes. Em seguida, está Cilada, estrelado por Bruno Mazzeo, com 3 milhões de público e ainda em cartaz. Não por acaso, De Pernas Pro Ar também foi o preferido do público do 15th Brazilian Film Festival de Miami, que aconteceu de 19 e 27 de agosto (veja abaixo o vídeo).
Para o diretor da Filme B, Paulo Sérgio Almeida, o número menor de público para os filmes nacionais neste ano se justifica pela falta de um “Titanic”, como foi no ano passado o blockbuster Tropa de Elite 2. “Mas o importante é que a atividade do cinema no Brasil está num crescendo nos últimos dez anos. Há uma melhora qualitativa e também quantitativa das salas. O mercado está aquecido”, afirma, lembrando que o público novo que adentra as salas de cinema, a classe C, recebe muito bem o cinema brasileiro, do qual gosta muito. Também aí a comédia agrada. O gênero diversão também foi a opção na nova obra de Alain Fresnot, diretor de “Família Vende Tudo”, que chega aos cinemas em 30 de setembro. Trata-se de uma crônica social estrelada por Lima Duarte, Vera Holz, Luana Piovani, Marisol Ribeiro e Caco Ciocler, e entrará em circuito em 150 salas brasileiras. “Essa história acredito que é meio universal; em todo o país onde há uma grande distâncias entre as clases sociais, como a nossa, seria fácil vender este argumento”. Fresnot, que passou pelo 15th Brazilian Film Festival de Miami sem receber nenhum prêmio, acha que o júri – formado em sua maioria por norte-americanos, não entendeu o filme. Com produção da AF Cinema, do próprio diretor, o longa teve como patrocinadores BNDES, Petrobas, Secretaria de Estado da cultura de S. Paulo, e Sabesp, com apoio Globo Filmes e distribuição da Playarte.
Julio Carvana, da Mac, produtora da comédia “Não se Preocupe, Nada vai dar Certo”, de Hugo Carvana, conta que o filme, que entrou em cartaz em 5 de agosto em 120 salas, atraiu até aqui 130 mil espectadores. O longa, também exibido em Miami, custou R$ 4 milhões.
Robert Guimarães é um diretor estreante, com o curta-metragem O Bolo, também uma comédia. Ele investiu R$ 70 mil do próprio bolso, utilizou seu apartamento como locação e contou com a colaboração de amigos da profissão de ator, como Eriberto Leão e Fabíola Nascimento para estrelarem a produção que tem agradado a platéia de todos os festivais por onde passa. O curta levou os prêmios de público no festival Mix Brasil, no Festival de Cinema de Nova York e também em Miami.
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