Cinema é atividade cultural externa mais popular nas capitais
Estudo realizado pela J Leiva em parceria como IBGE destaca diferença de classe e escolaridade no acesso a equipamentos culturais
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Salvador Strano
24 de julho de 2018 - 15h54
Cinema e livros foram as atividades culturais mais recorrentes nas metrópoles brasileiras em 2017. Tais atividades foram praticadas ao menos uma vez por 68% e 64% das pessoas, respectivamente, no ano anterior. Na sequências, aparecem jogos eletrônicos, 55%, shows de música, 46%, e festas populares, 42%. As informações fazem parte da pesquisa Cultura nas Capitais, apresentada nesta terça-feira, 24, na Pinacoteca, em São Paulo. A amostra foi proporcional à demografia divulgada pelo IBGE. Realizada pela consultoria J Leiva, em parceria com o Datafolha, o estudo conta com 10630 entrevistas, feitas em 12 centros urbanos.
No recorte de renda, quanto mais recursos a pessoa possui, mais acesso ela tende a ter aos produtos culturais. Em relação à frequência ao Cinema, por exemplo, 88% dos respondentes da classe A disseram ter ido a uma sala nos últimos 12 meses. Por outro lado, nas classes C e D, apenas 35% dos consumidores assistiram a filmes na telona no ano passado – e 24% dos membros dessas classes nunca tiveram a oportunidade de entrar em uma sala de cinema na vida. A pesquisa mostrou, no entanto, que o acesso de pessoas das classes C e D a atividades culturais é maior nos grupos com escolaridade mais alta, ainda que não exista modificação na renda.
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Na questão do acesso à cultura, “a escolaridade é muitas vezes mais importante do que a renda”, afirma João Leiva, sócio diretor da J Leiva. “Uma herança do passado, a falta de escolaridade, afeta o acesso à cultura”, afirma Leiva. “Em países desenvolvidos, o consumo começa a cair aos 60 anos. No Brasil é com 45”, diz.
Apenas 9% dos entrevistados não foram a nenhuma atividade cultural nos 12 meses anteriores a junho de 2017. Apesar disso, cerca de um terço da população urbana frequenta apenas atividades gratuitas, normalmente viabilizadas com financiamento público ou por meio de patrocínios da iniciativa privada.
Neste último caso, Neiva acredita que “o financiamento privado deve buscar o que as empresas precisam e também os interesses da área cultural. Quando é por lei de incentivo, via recurso público, vejo que deveria se privilegiar atividades gratuitas”.
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