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Facebook incita choque político, diz estudo

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Facebook incita choque político, diz estudo

Pesquisa do Pew Research com americanos mostra que uso da rede como fonte altera compreensão média do noticiário


22 de outubro de 2014 - 9h55

Segundo um novo estudo do Pew Research Institute, o Facebook é a segunda maior fonte de informações de americanos. Só perde para a televisão local. Nesse sentido, a rede social tende a replicar a opinião recomendada por afinidade sem refletir, necessariamente, a variedade do debate no espectro político.

Segundo os pesquisadores, o crescimento do Facebook como plataforma para leitura de noticiário político contribui para a maior polarização ideológica americana, já que o feed da plataforma é guiado por amigos, parentes e conhecidos. “Quando se trata de conseguir informações sobre política e governo, liberais e conservadores habitam mundos diferentes. Há pequena sobreposição de fontes de notícias para as quais se voltam que são confiáveis”, diz o estudo.

A pesquisa ouviu 2.901 pessoas. Questionados sobre os locais nos quais mais leem noticiário político, 49% citou a TV local, 48% o Facebook, 44% a CNN e 39% a Fox News. Entre os conectados, 14% citam o YouTube e 9%, o Twitter. O instituto afirmou, contudo, que os usuários da rede social não vão a ela com o intuito específico de ler notícias, mas acabam vendo porque aparecem em seus feeds.

Segundo a análise, só 20% do público é solidamente liberal ou conservativo (respectivamente, 12% e 9%). Mas aqueles nos extremos políticos têm maior impacto ideológico do que os outros 80%, uma vez que os panfletários são mais inclinados a votar, doar para campanhas e participar diretamente de atividades dos partidos.

Entre os liberais mais consistentes, as fontes preferidas são CNN, NPR, MSNBC e o New York Times. Entre os conservadores, a Fox News é quase onipresente: 47% citam o canal pago. Cerca de 19% citam como fontes jornais, rádios e TV locais, especialmente radialistas e apresentadores ultra-conservadores: Sean Hannity, Rush Limbaugh e Glenn Beck estão entre os preferidos. O Wall Street Journal é das poucas fontes citadas que se repete entre conservadores e liberais.

Entre os conservadores constantes, 47% dizem que os posts em seu feed no Facebook coadunam com suas opiniões políticas. Entre os liberais, 32% se identificam com o conteúdo de seu feed e, entre o usuário médio da rede social, só 23% dizem concordar. Por outro lado, 44% dos liberais tendem a bloquear ou desfazer a amizade com seguidores dos quais discordam, enquanto conservadores o fazem em 31% dos casos e o usuário médio do Facebook, em 26%.

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