Pyr Marcondes
7 de agosto de 2018 - 8h00
No começo, era o algoritmo. Das trevas do analógico e das costelas da inovação, fez-se a luz das novas tecnologias transformacionais e disruptivas que estão dando vida, forma e verbo, a todos nós, novas criaturas desta velha Terra, em que o raciocínio automatizado gerou a gênese de uma Nova Criação.
Não estamos, em verdade, recriando o que, segundo a Bíblia, Deus criou. Mas estamos reinterpretando legal. Meio que como brincando de novas divindades, pelo poder inédito que essas tecnologias nos dão a sensação de ter.
O algoritmo realiza cálculos avançados, processa dados de forma muito rápida, concisa e elegante e, de certa, forma, pensa. Um tipo de raciocínio que, partindo de premissas, conclui coisas. E, nos casos mais avançados, aprende com suas próprias conclusões, de forma incremental. Como faz nosso cérebro. Sendo que, em alguns caso, faz tudo isso de forma até mais avançada que nosso cérebro.
É com base nele que estão sendo criadas e estão evoluindo numa velocidade alucinante, todas as nova tecnologias que ganharam o protagonismo das manchetes da nossa vida nos últimos, digamos, cinco anos.
O conceito de algoritmo existe há milênios, mesmo. Abaixo, o algoritmo de Euclides, considerado um marco do conhecimento matemático humano, desde sempre.
Com base nele e em zilhões de outros criados a partir dele, chegamos a Inteligência Artificial e suas variantes como Machine Learning e Deep Learning, Internet das Coisas, robótica, Computação Cognitiva e até mesmo as tecnologias de realidades alternativas, como AR, VR e MR.
Pra facilitar, sem ele, não existiriam o Google e o Facebook. Nem o celular aí do seu bolso. Bem, quase tudo a sua volta hoje.
Tudo que estamos usando, já, em nossas vidas e começamos também a utilizar em nossas carreiras profissionais no âmbito do marketing e da comunicação, nasce desse cara.
Mas o ponto aqui vai um pouco mais além.
A gente separa só pra didatizar, mas todas essas tecnologias, na verdade, por terem essa origem comum, de um caldo universal único, na real, caminham juntas. Se olharmos mais detidamente, são uma coisa só.
As tecnologias disruptivas desta acelerada segunda década dos anos 2000 são tratadas por todos nós como caixinhas de Pandora independentes, soltas entre si ao sabor do aleatório do destino. Mas não é nada disso.
E qual é o ponto aqui, Pyr Marcondes?
O ponto aqui é: se você passar a entender tudo isso como uma coisa só, vai compreender melhor o que está acontecendo a nossa volta. Vai ser mais abrangente em sua concepção e domínio da realidade. Vai estar melhor preparado para o inusitado que está explodindo e nos surpreendendo a cada dia em nossa profissão. Vai, dessa forma, se for espertinho, usar esse conhecimento omni a seu favor e a favor de seus projetos profissionais. Vai saber escolher melhor as plataformas tecnológicas para seus produtos e marcas, e para suas campanhas, uma vez que vai entendê-las como parte de um grande todo e montar seu próprio Lego. Vai poder controlar mais a performance de tudo e prever melhor os efeitos dos seus projetos cotidianos. Vai atingir mais rápido e de forma mais eficiente seus objetivos mercadológicos. Vai conquistar seu bônus de final de ano. E, quem sabe até, ganhar o Prêmio Caboré.
Sacou, ó todo-poderoso (a) ?
O princípio aqui é que ignorar é um diferencial competitivo mega poderoso para liderar a mediocridade. Aí, depende do que cada um quer da vida, não é mesmo?
Então, abaixo, alguns indicadores de como integrar as tecnologias emergentes e avassalantes, que estão hoje a nossa disposição.
AI, IoT, Big Data, robôs, tudo junto e misturado
Para início de conversa, não existe IoT sem AI. A internet das Coisas são as coisas integradas por conectividade digital e conectividade digital não rola sem Inteligência Artificial. Tudo anabolizado por dados. (Ah, sem internet nada disso acontece também ok?)
Para você que ainda não passou nessa lição, Inteligência Artificial, como o nome bem explica, é a inteligência que tudo que não for humano consegue desenvolver. Computadores e robôs, basicamente.
Ela nasce de uma lógica de raciocínio que é originalmente humana, mas vai se diferenciando por sua capacidade computacional avançada, que supera em muito nossa rapidez de pensamento e cálculo. É o algoritmo bombando aqui, entendeu?
No meio disso tudo entra Big Data, que é a nova capacidade computacional de capturar e gerir uma massa de dados inigualável em toda a nossa história.
Então, nesse ambiente interconectado e confluente, os dados andam de pra lá e de cá prá lá, permitindo, por exemplo, que a Alexa fale conosco e, em pouco tempo, saiba distinguir com clareza o Pyr de você. E aí, falar comigo diferente do que fala com você.
Ela é uma Coisa. Ou um robô, se você quiser.
Dentro dela tem Inteligência Artificial. E o que liga tudo são os dados, através de uma linguagem computacional chamada de cognitiva, porque emerge do conhecimento e da lógica humanas de pensar, falar, interagir, etc., como já expliquei.
Essa é a mesma lógica da Amazon, que será a lógica do omnichannel commerce, o varejo digital integrando o mundo físico ao mundo virtual, já em gestação. Ou gênese, pra ficar na nossa metáfora divina aqui.
Os carros autônomos idem.
E sua campanha no Facebook também pode ser performada usando todos esses elementos, dentro de um celular, por exemplo. Olha você sendo “deus” aí, gente!
Se você quiser ir mais fundo e conhecer melhor essa integração, recomendo que leia este artigo aqui.
Marketing mais próximo da Ciência, como nunca antes
Muitos classificam marketing como uma ciência e, num sentido mais amplo e, certamente, generoso, pode até ser mesmo. A ciência que integra conhecimentos sociológicos, psicológicos, sociográficos e de comportamento dos seres humanos em sua prática de consumo e na figura de consumidores, com os quais se promove integração e interação através de técnicas e práticas estruturadas de abordagem. Definido assim, marketing é um pouco de ciência, correto?
Mas com o advento dessas integrações todas, vai ser mais ainda. Porque vamos ganhar escopos de conhecimento, práticas e tecnologias que em pouco serão diferentes dos de um cientista de laboratório qualquer. No MIT, marketing é tratado como ciência, por exemplo.
Leia este artigo aqui e entenda melhor esse seu novo skill, o de cientista.
Bom, meu caro Chief Godness Officer, bem vindo a seu novo cargo. E boa festa do Caboré.