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MIT: avanços tecnológicos disruptivos não alavancam a economia.
Ou pelo menos teremos que ser pacientes até que os efeitos sejam notados. Até agora, eles são pífios.
MIT: avanços tecnológicos disruptivos não alavancam a economia.
BuscarMIT: avanços tecnológicos disruptivos não alavancam a economia.
BuscarOu pelo menos teremos que ser pacientes até que os efeitos sejam notados. Até agora, eles são pífios.
Pyr Marcondes
3 de novembro de 2016 - 13h06
Anualmente, o MIT – Massachusetts Institute of Technology, um dos maiores institutos de pesquisas científicas avançadas do mundo, sai com sua aguardada lista das 50 empresas mais inteligentes do mundo (50 Smastest Companies. Dá um Google que você acha. Saiu faz uns meses já, mas vale a pena ler e analisar.
Bom, o que talvez seja mais interessante do que a lista em si, que traz blockbusters como Facebook, Amazon, Alphabet (a área de pesquisa e desenvolvimento do Google), IBM, Baidú, Microsoft, entre outras, além de startups que não conhecemos por aqui, é o texto introdutório do estudo. Nele, os organizadores da pesquisa defendem a tese de que todos os avanços tecnológicos disruptivos de todas essas empresas listadas em 2016, bem como todas as listadas nos últimos anos, não tem conseguido entregar de fato nenhum grande ganho econômico para os Estados Unidos e para o mundo em geral.
Apontam que a chegada da internet teve alto impacto econômico de 1994 a 2004, mas que a partir daí as dezenas ou centenas de novas companhias e suas descobertas inovadoras renderam muitos resultados e dividendos para elas mesmas, mas muito pouco para a economia mundial.
Para afirmar isso, o MIT se utiliza de indicadores de produtividade e esses ponteiros mostram declínio e não incremento.
A análise do instituto pondera que tal refluxo da produtividade internacional, mesmo diante de tantos avanços tecnológicos socialmente transformadores, se deve possivelmente ao fato de que eles ocorrem numa camada da economia que não responde por altos índices de produtividade. Ou melhor, impactaram pouco em setores de alto impacto produtivo, como a indústria de manufaturados, o setor de saúde ou o de transportes.
Esses setores respondem nos EUA, por exemplo, por 80% da economia nacional, mas foram responsáveis por apenas 35% dos investimentos em tecnologia da informação. Como resumo, registraram apenas pífios 0,9% de incremento de produtividade.
A análise do MIT conclui a partir de indicadores como esses, que a maior parte das novidades e inovações que vemos ser noticiadas mundo afora estão enfrentando alta dificuldade para serem de fato e na prática adotadas pelas companhias. As empresas e seus líderes conhecem os avanços, reconhecem seus benefícios, admitem que precisam incorporá-los, mas simplesmente não conseguem. Ou demoram muito para conseguir.
Inteligência Artificial, Realidade Aumentada, Realidade Virtual, Robótica Avançada, 3D Printing e tantas outras novas tecnologias que representam impressionantes avanços em relação ao que antes existia, não chegaram ainda a ser provar mainstream. E, portanto, não conseguem gerar grande impacto econômico real.
Dentre os outros pontos de reflexão do estudo está um interessante: o Silicon Valley, berço das mais disruptivas inovações de que temos notícia nos últimos anos, não é mais um centro de produção de suas próprias ideias. HP e APPLE seguem produzindo ali as novas ideias que gera ou que incorpora do que é gerado no Vale. Mas fica quase por aí.
Para o MIT, esse rompimento da cadeia entre o que se pensa e o que se faz, pode explicar parte da dificuldade que os avanços tecnológicos gerados enfrentam para que sejam de fato incorporados pelos sistemas produtivos de alto peso na produtividade econômica.
Se formos considerar as economias periféricas e os países sub-desenvolvidos ou em desenvolvimento, esse gap é ainda substancialmente maior.
Por enquanto, muito possivelmente, esse quadro não deverá mudar de forma relevante.
Inovação será sempre bem-vinda. Aparentemente está quebrado o elo que a transforma em uma conquista efetivamente transformadora para a sociedade como um todo.
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Na ótica macroeconômica, por outro lado, ela é bem mais poderosa e impactante do que normalmente se imagina