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Bom ano (digital) para você em 2016!
Para 2016 nossas perspectivas são, digamos, mais modestas e cheias das nossas próprias peculiaridades tupiniquins
Para 2016 nossas perspectivas são, digamos, mais modestas e cheias das nossas próprias peculiaridades tupiniquins
8 de dezembro de 2015 - 4h45
Por Pyr Marcondes
E chegamos ao fim deste ano em que vivemos perigosamente tentando vislumbrar o que nos aguarda do outro lado da esquina, pós-Réveillon. Pesquisas às vezes (nem sempre) nos ajudam a colocar os pés mais no chão. Abaixo, uma.
Por ela, a automação em marketing será o segmento que mais deve gerar caixa ano que vem. Seguido do marketing de conteúdo, Big Data, Mobile Marketing e Conversão. Para ficar nos primeiros 5 da lista. Dados válidos para os EUA.
Pois você acabou de ver a previsão de 2020 para o Brasil. É mais ou menos esse o tempo que estamos atrás dos gringos em matéria de marketing digital e adoção de novas tecnologias de marketing. Todos esses itens estão de alguma forma presentes e ativos aqui e deverão crescer no Brasil até lá, mas em sua velocidade própria e, possivelmente, com outra representatividade e impacto no mercado.
Para 2016 nossas perspectivas são, digamos, mais modestas e cheias das nossas próprias peculiaridades tupiniquins.
Assim, para o ano que vem, o que acredito que podemos esperar segue abaixo.
O QUE VAI BEM
PROGRAMÁTICA CHEGA A TV
Todas as redes de TV, abertas ou fechadas, estão hoje estudando seu próprio modelo de adoção (permissão) para a compra programática de seus inventários e isso vai vir à tona e ser oficializado para o mercado ano que vem. Se não todas, algumas delas terão suas plataformas em operação em 2016. Incluindo a Globo.
VIDEO EXPLODE
Não só no You Tube, mas em diversas outras plataformas tecnológicas e nas redes sociais que passam a adotar seus próprios sistemas anabolizados de vídeo, essa é uma tendência sem volta e em 2016 ela será marcante. Vamos ver explodir soluções, novas tecnologias de distribuição de vídeo, novos serviços, novos sistemas de produção ganhando visivelmente corpo no mercado brasileiro, como já aconteceu e segue acontecendo nos mercados mais evoluídos. E os anunciantes vão gostar mais e mais da brincadeira, porque vídeo na internet é o sucedâneo mais próximo da TV que eles tanto conhecem e amam de paixão. Estamos falando de mais verbas investidas em vídeo em 2016. Agências, preparem-se.
PERFORMANCE VIRA MAINSTREAM
Até este ano vista como uma “tendência”, em 2016 os investimentos e a gestão sob a lógica da performance deixam definitivamente de ser aquilo que virá para se transformar naquilo que já chegou. Google e Facebook ficam com a maior e mais gorda fatia desse mercado, claro, mas outras alternativas começarão a se firmar ano que vem, plataformas menores e mais nichadas, oferecendo rentabilidade competitiva e tornando-se de alguma forma atrativas para investimentos em setores segmentados, para públicos específicos.
APPS, VOCÊ AINDA VAI TER UM. OU DOIS, OU TRÊS…
Ano que vem será inevitável sua empresa adotar vários novos aplicativos, seja para o que for. Isso ocorre por uma série grande de fatores, mas para ser objetivo aqui, fundamentalmente porque a internet é um caos e no app você tem um ambiente controlado e altamente eficaz. É isso. Bancos e cartões de crédito puxam a fila. Para eles, o ano dos apps foi 2015. Outros setores seguirão essa trilha em 2016, com destaque para o varejo, o setor de viagens e o de telecom. Quando chegarmos (se chegarmos ïŠ) em 31 de dezembro e você olhar para trás verá que desenvolveu e colocou para rodar muito mais aplicativos do que jamais em sua vida. Chegando lá, confira. E lembre-se de mim. E me deseje um feliz 2017.
JORNADA DO CONSUMIDOR VAI VIRAR MARKETING
E não venha me dizer que você é um cara de marketing mega-preocupado com a jornada do consumidor, porque na verdade não é. É médio. Você está aprendendo a se preocupar com isso agora, algo que não estava no seu radar há dois anos e que agora estourou no seu dashboard de gestão como um ovo podre. Mas afinal, o que é isso, meu Deus?! Você sabe mais ou menos. Sua agência não tem a mais vaga ideia. E aí, fazer o que, se os acionistas querem resultados de e-commerce e seus pares lá fora já entregam? Você está atrasado. Melhor correr. A jornada do consumidor e o e-commerce, em 2016, vão ser uma preocupação constante para sua performance de gestor de marketing. Não para os seus pares lá fora, mas para você mesmo. Aqui mesmo. No País da Dilma mesmo (se ela resitir). Ano que vem mesmo. Não é uma tendência, é sua responsabilidade já. Há excelentes ferramentas tecnológicas disponíveis no mercado para otimizar suas vendas online. Entenda todas ontem.
O QUE NEM TANTO
CONTEÚDO TENTA, MAS…
É impressionante como tem sido difícil para os anunciantes brasileiros entenderem e de fato se estruturarem para usar conteúdo como uma poderosa ferramenta de marketing, geração de leads e conversão. É verdade que não é fácil. Eles não são publishers. Mas precisarão ser. Ponto. Fim da história. É um caminho altamente poderoso para engajar, fidelizar, diminuir churn, aumentar o costumer value e os escambau. Além de ter enorme potencial de gerar vendas. A dificuldade está em escolher a forma certa de gerar e gerir esse conteúdo. Não é simples e, nem sempre, barato. Mas é lucrativo, quando funciona. Ano que vem, esse drama continua e essa crise existencial dos anunciantes brasileiros deverá seguir ocupando algumas horas de divã e de sono dos gestores de marketing no Brasil. Conteúdo tenta, mas…
NORMAS DA INTERNET: xiiiii!!!
Não estou nada otimista que tenhamos funcionando e bem as tão discutidas novas normas para a gestão de complexos problemas de mídia online no Brasil. Há várias frentes de entendimento e conversa em andamento, o que é bom para todos e os que estão nesse front merecem de nós todo o respeito e apoio, mas o modelo brasileiro de remuneração e compensação publicitária, um modelo vigoroso e vencedor em décadas, está justamente agora em fase de uma revisão, como nunca antes. E é nesse contexto que se inserem as discussões sobre as novas normas de negócio para a internet enquanto mídia. Acho que 2016 será um ano importante de avanços, mas não acredito em soluções definitivas.
O QUE VAI MAL
MONETIZAÇÃO DOS PUBLISHERS
Aqui o bicho pega. Todos os publishers brasileiros encolheram como uvas passas no inverno e estão, por um lado, tentando se entender com as novas estruturas de operação e com volumes de negócios menores, além de terem de resolver o enigma digital. Como monetizar essa maldita internet, não é? Drama seu, meu, nosso, em todo o mundo. Só que ele veio para ficar e teremos que achar o caminho. Ou morrer tentando. Há modelos alternativos em teste e eles passam por branded content, mídia programática, gestão de dados e e-commerce. Mas estamos todos no início dessa jornada e 2016 não será um ano que ficará na nossa memória como o ano em que resolvemos essa equação. Infelizmente. E inevitavelmente. Mais para frente, quem sabe.
MONETIZAÇÃO DO MOBILE
Outro enigma da pirâmide que parece nos devorar. No Brasil, somos criancinhas engatinhando em busca do doce de ganhar dinheiro com a revolução mobile. Não sabemos ainda. E isso definitivamente não vai mudar em 2016. Mobile é uma revolução de costumes planetária. Basta olhar nossa vida pessoal. Mas é ainda uma indústria em consolidação como modelo de negócio. Há inúmeros formatos e plataformas disponíveis para teste e até algumas que geram receita recorrente, mas nada do outro mundo. Não estou falando de tráfego, estou falando de dinheiro gerado por esse tráfego. Como citei acima, bancos lideram e no caso deles é menos geração de caixa e mais otimização de operação e serviços. Mas quando se trata de grana, a coisa enrosca. Ano que vem, nada muda significativamente. É work in progress.
INTERNET DAS COISAS NÃO DECOLA
Lá em cima, no quadro com a pesquisa feita nos EUA sobre as perspectivas para 2016, você viu que a internet das coisas está lá em baixo como uma fonte de receita para o mundo dos negócios. De novo, a questão da monetização. E viveremos neste caso, mundialmente, impasse parecido com o do setor mobile, até porque eles têm total semelhança ou são quase a mesma coisa. Serão bilhões de aparelhos conectados nos próximos anos, mas os modelos de negócio virão em cinco anos ou mais. Portanto, pesquise e experimente ano que vem a internet das coisas, porque você precisa entende-la agora para estar pronto para quando ela virar um mostro gigantesco internacionalmente. Mas em 2016, não espere ganhar dinheiro com ela.
Para finalizar, inevitável não fugir do óbvio: todos os indicadores dos negócios digitais no Brasil em 2016 deverão apontar para cima. Alguns mais, outros menos, mas essa roda gira acelerada e nos empurra para a frente e para o alto sempre. Sem parar. O exercício de precisão está em alinhar custos, apostar nas perspectivas certas de monetização e nas escolhas tecnológicas mais rentáveis. Ano que vem faremos isso. Fará melhor quem tiver mais coragem e, mesmo diante da recessão, entender de uma vez por todas que o digital é o destino futuro, ano que vem e em todos os que teremos pela frente, de todas as coisas no mundo dos negócios. Melhor aprender rápido.
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