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Cabeça de start-up

Se engana quem imagina que a produção de conteúdo é um caminho suave. É uma jornada épica, de muito investimento, seja financeiro, de tempo, e inspiração. Não há fórmula definida, muito menos zona de conforto.


22 de maio de 2018 - 7h19

 

 

Por Fred Müller (*)

Para nós que somos apaixonados por contar histórias, não há melhor música que ouvir de grandes nomes do mercado nacional e internacional que passaram pelo ProXXIma 2018 que o conteúdo continua rei. Em meio a toda ressiginificação, reconstrução, disrupção, digitalização, e tranformação, o conteúdo continua ali, relevante e soberano.

 

Como foi muito bem mostrado no evento, a questão não é ser rígido ou maleável. Para se adaptar ao futuro que já se faz tão presente é preciso ser líquido para se amalgamar a qualquer formato e linguagem. Assim é o conteúdo, que prevalece em qualquer discussão sobre as novas tecnologias, chegada das gerações Z, beta e alpha, e o surgimento ou fim de plataformas.

 

Mas se engana quem imagina que a produção de conteúdo é um caminho suave. É uma jornada épica, de muito investimento, seja financeiro, de tempo, e inspiração. Não há fórmula definida, muito menos zona de conforto. Todo dia somos desafiados a fazer diferente. Os algoritmos mudam. O perfil da audiência muda. O ecossistema de negócios muda. Os anunciantes mudam. Os planos de mídia mudam. Nos tornamos dataholics para entender esse cenário mutante e cada vez mais veloz. A inteligência artificial, realidade virtual, os bots, a internet das coisas já passaram para o próximo nível. Falamos em terceira, quarta onda da revolução digital. E não vai parar por aí.

 

E não é diferente no universo do conteúdo. O tempo de se produzir é quase instantâneo, real-time, everywhere e anywhere. Entram em cena os influenciadores, temas relevantes sobre diversidade e inclusão. A internet aproximou o casting da audiência. Acabou o limite entre off e online. E nunca se falou tanto em propósito (ainda bem!). E as marcas já entenderam este contexto.

 

Dá uma certa inquietação? Sim, claro. Faz parte do processo de reinvenção. E foi um alento acompanhar nos debates que estão todos no mesmo barco. No fundo, nos tornamos todos start-ups. Este é o espírito do tempo.

 

(*) Fred Müller é Diretor Executivo Comercial da Globosat

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