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É o fim da era virtual

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É o fim da era virtual

Começa agora a grande corrida do ouro da nova internet, a das coisas.


12 de agosto de 2016 - 9h43

Por Alon Sochaczewski (*)

Completamos 25 anos de internet. Um período que prototipou uma nova sociedade, uma nova economia, uma nova era. Saiu a era pós-moderna, entrou a era interativa. Há 2000 anos, cravamos a lógica do Antes e Depois de Cristo. Hoje, caberia perfeitamente dizer Antes e Depois da Internet.

Agora, vamos para uma nova fase que não é mais protótipo. É de produto acabado. Talvez fosse melhor dizer, de todos os produtos acabados. Vai mudar tudo de novo e as recém-comemoradas bodas de prata da internet vão ceder lugar às mudanças dos próximos 25 anos, as bodas de ouro. Ou a corrida ao novo ouro da sociedade contemporânea: com a chagada do 5G e da internet invadindo as coisas, viveremos uma realidade ainda inimaginária.

Conectarmos bilhões de pessoas numa mesma rede, que quebra paradigmas geográficos, culturais e de relacionamento. Fizemos isso apesar dos aparelhos celulares que criamos, horrorosos e dificílimos de usar, porque não foram pensados para todas as pessoas, de todas as idades, etc. Ainda assim, nos adaptamos a tal ponto que não conseguimos viver sem eles. Um esforço que só se explica pelo seu benefício, o vício que virou ter acesso a informação.

Mesmo com toda essas falhas de usabilidade, bilhões de pessoas usam essas máquinas e com elas geram trilhões de informações e transações diárias (ver gráfico).

Trafego de dados mensais

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Fonte: Cisco VNI Global IP Traffic Forecast, 2015–2020

O homem se curvou a internet. Mas é possível dizer que essa lógica vai se inverter em breve.

A internet de hoje é constituída de informação pura, abstrata, insossa e sem alma. Pois ela vai ganhar forma, cor, cheiro e, principalmente, sairá do mundo virtual para cair na gandaia do mundo (dito) real.

É o fim da era exclusivamente virtual.

Átomos e pixels se fundirão e viverão em harmonia. Não seremos mais escravos dessas terríveis entidades que são os smartphones, tablets e computadores, que se por um lado nos alimentam, por outro, também nos isolam.

A partir de 2021, a rede 5G chegará ao Brasil em massa e além de entregar muito mais velocidade (1000 X mais que o 4G), entregará também uma nova frequência captável por qualquer device, que por sua vez poderá se conectar com outro e “conversar” em rede.

2

 

Só para se ter uma ideia, segundo a Cisco, a previsão é que até 2020, 50 bilhões de hardwares estarão conectados, gerando US$ 7 trilhões de receita para essa nova indústria. Imagine depois de 2020.

 

Finalmente, aquela famosa geladeira vai falar conosco, mas também a máquina de lavar, o forno, o fogão, a batedeira …

 

Vamos então prever algumas conversas possíveis:

 

Do músico com o seu violão, bateria, piano.

Do tenista com sua raquete e seu tênis.

Do motorista com seu carro e as respectivas peças.

Do surfista com sua prancha.

Do dono com seu cachorro.

Do cardíaco com seu marca-passo, seu stent.

Do industrial com a suas maquinas.

Do agricultor com sua terra.

Do Governante com as pontes, ruas, semáforos, escolas e etc.

Imagine o impacto de tudo isso em uma cadeia de coisas interconectadas infinitamente superior à rede que temos hoje.

A receita dessa nova internet vai ultrapassar a soma das receitas da Apple, Google e Facebook juntas. Em 10 anos, será maior que o PIB da Alemanha.

Essa transformação, ainda mais radical e profunda do que a que vivemos até hoje, chega carregada de novas oportunidades. Todas as indústrias vão se transformar. Muitas empresas deixarão de existir mas, por outro lado, um número muito maior de novas empresas surgirá e a nova economia vai se misturar com “velha”, os conceitos se fundirão.

O conhecimento de dados, a “nuvem”, a cultura maker “do it your self”, a criatividade, o conteúdo, o design, a publicidade, a engenharia de produção e de informação serão alguns dos principais protagonistas deste mundo novo que está chegando.

Alô empresas! Independentemente da sua posição na cadeia, criem para ontem em suas áreas de pesquisa e desenvolvimento um ambiente propício para a potencialização da sua engenharia, da sua capacidade de produção de conteúdo e de uso de dados. Sem isso, seus negócios estarão fora da nova corrida do ouro.

Acordar ainda dá tempo! A verdadeira internet está chegando.

Mas atenção: a contagem regressiva já começou.

 (*) Alon Sochaczewski é Sócio fundador da Pipeline, empresa de Advisory, M&A and Consultancy

 

 

 

 

 

 

 

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