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É possível conciliar geração Z e segurança digital?

Como as empresas podem saber quem serão os colaboradores que formarão a força de trabalho da próxima década?


5 de julho de 2016 - 8h24

* Sandro Lindner

Uma característica fundamental de uma empresa de sucesso é a sua capacidade de antecipar como será o futuro. Seja por meio do planejamento financeiro, das metas de transformação ou de uma estratégia comercial de longo prazo, é essencial estar preparado tanto para os desafios de hoje como para os de amanhã.
Mas e quanto às pessoas? Como as empresas podem saber quem serão os colaboradores que formarão a força de trabalho da próxima década? O que os influencia e motiva? E o que eles definem como tecnologia de qualidade?

A mídia noticia que o desejo de compreender a Geração Z está crescendo. As pessoas querem decifrar a geração que sucederá a geração Y, antes que ela seja a dominante, entendendo suas preferências culturais, seus hábitos de consumo e suas perspectivas para o mercado de trabalho. Ainda assim, para as empresas que dependem da tecnologia, a maior preocupação em relação à Geração Z é a sua relação com a tecnologia da informação e o impacto que isso terá no ambiente de trabalho.

Os futuros colaboradores da Geração Z não só estarão acostumados a trabalhar com tecnologias diferentes das utilizadas pela força de trabalho atual, mas também se relacionam com essa tecnologia de uma forma totalmente diferente. Por exemplo, uma pesquisa recente sugere que 84% da população da Geração Z entrevistada é multitarefa, ou seja, realizam diversas atividades ao mesmo tempo, geralmente enquanto assistem a vídeos on-line, enquanto que apenas 2% da mão de obra ativa atual possui esta prática. Eles utilizam smartphones e redes sociais naturalmente, em vez de adotar essas tecnologias por conta de tendências ou necessidades. Além disso, compartilham informações privadas em inúmeras plataformas, sem pensar duas vezes.

Para trabalhar de maneira eficaz com a Geração Z, as empresas têm a tarefa de equilibrar duas exigências. A primeira é criar um ambiente de trabalho com condições que sejam atraentes para os melhores e mais inovadores profissionais que surgirão. A segunda é garantir que os novos aplicativos e dispositivos que compõem essas condições não comprometam a segurança dos dados. A solução para as empresas será encontrar uma forma de conciliar os dois aspectos.

Altas expectativas
As exigências tecnológicas dos usuários não são algo novo. À medida que dispositivos, aplicativos e software modernos passam a ter o foco voltado para o consumidor, os colaboradores desejam utilizar no trabalho as mesmas tecnologias que utilizam em sua vida pessoal. Mas a força de trabalho contemporânea se formou durante uma época de desenvolvimento das redes sociais e das plataformas de vídeo on-line. Consequentemente, as pessoas enxergam essas tecnologias como benefícios, não com expectativas de necessidade de uso.

Para a Geração Z, o quadro será outro. As mentes mais brilhantes nascidas depois de 1996 desejarão trabalhar para empresas que sejam capazes de utilizar a tecnologia moderna como padrão e que incentivem uma abordagem profissional em que o seu uso incorpore o universo pessoal. Embora isso não signifique definir o Snapchat como uma ferramenta de comunicação corporativa, significa identificar os benefícios das redes sociais e utilizá-los para criar plataformas que possibilitem uma interação altamente pessoal e o acesso aos dados com respostas imediatas.

Pode parecer simples negar ou ignorar os desejos tecnológicos da Geração Z. Porém, o impacto desse tipo de pensamento pode ser extremamente negativo tanto em termos de produtividade no trabalho como de perfil corporativo. Infelizmente, a verdade é que as organizações que não levarem em consideração as necessidades da Geração Z acabarão perdendo os melhores talentos da década de 2020 em diante.

Alta segurança
Mesmo com uma sólida compreensão da Geração Z, muitas empresas ainda se encontrarão tentando identificar qual é a maior prioridade: as expectativas tecnológicas ou a segurança? Principalmente porque as novas ferramentas que a Geração Z aspira para trabalhar muitas vezes não incorporam as medidas de segurança adequadas e definidas por padrão corporativo. Além disso, essa nova comunidade de colaboradores está acostumada a encontrar formas de contornar os problemas tecnológicos utilizando tutoriais em vídeo e conhecimentos coletivos, o que pode representar um risco significativo para o departamento de TI.
As empresas que atuam em setores que utilizam informações confidenciais não podem estar vulneráveis. Como exemplos, podemos citar o acesso não autorizado a dados em empresas de transporte que armazenam informações de passaportes, ou organizações farmacêuticas com registros médicos, que pode trazer sérios problemas legais, causando danos que podem durar anos. Da mesma maneira, ataques do tipo DDoS (Distributed Denial of Service, na sigla em inglês) podem paralisar serviços críticos em redes varejistas por vários dias seguidos.

Infelizmente, é muito improvável que as tentativas de ataques diminuam no futuro. Ao mesmo tempo, a chegada da Geração Z ao mercado de trabalho está cada vez mais próxima. Talvez a resposta àquela importante pergunta sobre o que é prioridade “expectativas X segurança” não seja apenas uma ou outra, mas ambas.
A solução para as empresas não será resistir às mudanças, mas encontrar maneiras de inovar com segurança. O segredo será oferecer sistemas que não obriguem a Geração Z a aceitar o uso de tecnologias impopulares e ultrapassadas, além de ao mesmo tempo, manter a segurança pessoal e da empresa.

Essa abordagem só será possível por meio do desenvolvimento ou da aquisição de tecnologias que incorporem os desejos comportamentais da Geração Z somada a uma proteção sólida contra os ataques. Evidentemente, isso requer investimento. Porém, no final das contas, esse será recuperado ao garantir uma proteção reforçada contra as ameaças cibernéticas e a capacidade de atrair e reter as melhores mentes da Geração Z.

O fato é que as empresas precisam se adaptar à força de trabalho do futuro que começa a emergir. Além disso, seus sistemas de segurança precisam manter tudo e todos protegidos, em um mundo cibernético permeado cada vez mais por incertezas.

Os melhores sistemas de segurança podem ser adaptados para trabalhar com novas ferramentas desenvolvidas pensando no futuro e na garantia da segurança de dados. Saiba como eles podem tornar sua empresa como favorita para abrigar as mentes mais inovadoras do futuro.

* Sandro Lindner é Vice-Presidente de Vendas para a Vertical de Commercial da Unisys na Europa, Oriente Médio e África

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