24 de fevereiro de 2015 - 11h55
POR GUSTAVO CAETANO, CEO da SambaTech
Imagine uma sala de aula convencional com uma média de 25 alunos. Dentre eles, três possuem uma grande facilidade em matemática e exigem, por consequência, novos desafios e um conhecimento mais aprimorado. Oito deles apresentam grandes dificuldades de aprendizado e precisam de mais atenção e dedicação. Os outros 14 possuem o mesmo grau de conhecimento e ritmo de estudo. Ou seja, um professor precisaria de materiais, atenção e dedicação de 25 formas diferentes, o que é humanamente inviável.
Dentro desse cenário nasce o Ensino Personalizado, uma das maiores tendências educacionais em todo o mundo. Esse modelo de estudo consiste em criar estratégias pedagógicas individualizadas para cada aluno, aumentando sua performance. Isso vai ao encontro do que Paulo Freire, um dos mais respeitados especialistas em educação brasileira, já afirmava há alguns anos: o aluno só aprende de fato quando é estimulado a fazer conexões próprias e consegue fazer com o que o conhecimento adquirido tenha sentido em sua vida.
Fazendo um panorama da educação no Brasil ao longo dos anos, podemos dizer que tivemos grandes mudanças no sistema educacional. No Sistema Artesanal (1.0), o ensino era ao ar livre, com pequenos grupos reunidos ao ar livre. Passamos depois para o Sistema Padronizado (2.0), onde o conhecimento era transmitido para grandes grupos, com pessoas da mesma idade, em locais fechados e com matérias decoradas. A partir de agora, por exigência dos próprios alunos, entramos definitivamente na Era da Educação 3.0, onde cada aluno receberá conteúdo customizado de acordo com seu interesse e ritmo de aprendizagem.
Essas mudanças seguem, na verdade, um fluxo natural. Se observarmos que temos opções de personalização de conteúdo em TVs, músicas, entretenimento e consumo em geral, não faria o menor sentido que o setor de educação ficasse de fora dessa tendência mundial.
Por fim, posso afirmar que temos muito o que avançar no quesito educação. Mas, por meio da aplicação de novas tecnologias, vídeos online e criação de conteúdo relevante, conseguiremos atingir um bom nível de maturidade no EAD brasileiro. Conseguiremos romper definitivamente algumas barreiras e oferecer uma sala de aula para cada um.