Pyr Marcondes
20 de fevereiro de 2018 - 6h29
Por Diego Figueredo
Estamos vivendo um momento único no cenário de inovação. Muito do que estamos vivendo foi imaginado a alguns anos atrás e isso mostra que temos uma grande “ferramenta” para a nossa evolução. A visão é o que nos leva para frente e nos faz avançar em direção a algo melhor do que tínhamos antes. Ao menos esse é o objetivo.
Recentemente, estive em Dubai e, mais do que luxo, entre a estrutura e tudo o que a cidade pode proporcionar, o que mais me surpreendeu foi a visão. Conhecer a fundo a história dos Emirates e tudo o que aconteceu foi uma grande lição e um aprendizado imenso. É difícil imaginar que eles viviam da exportação de pérolas, onde amarrado a uma corda saltavam de um pequeno barco cerca de 100 vezes por dia para mergulhar em busca das mesmas. Muitos acabavam não voltando para casa. Com a descoberta do petróleo tudo mudou. Mas não conheceríamos a Dubai de hoje se não fosse por um único detalhe. A visão: o xeique sabia por tudo o que tinham passado, todos os desafios que enfrentaram e sabia que o petróleo não iria durar para sempre.
Em 1970 construíram o primeiro prédio no meio do deserto e a partir daí foi onde tudo começou. Hoje, a principal economia de Dubai é o turismo, mas que já divide território com o setor de construção, comércio (principalmente devido a sua posição geográfica) e o setor financeiro, que já representa mais de 11%.
Aplicando isso ao mercado de TI no Brasil, podemos ver diversas empresas de tecnologia, ainda olhando para trás, acreditando que o que trouxe receita continuará a trazer pelos próximos anos. Bem, quando olho para trás e vejo o que as trouxe até aqui, é diferente do que vejo quando olho para frente. Enfrentamos também muitos desafios e a visão será fundamental para nortear a direção e o futuro das empresas.
Não chegamos a falar ainda em criatividade e tecnologia. Estamos falando de entender para onde vamos. Será que uma empresa que vive de hardware continuará do mesmo jeito pelos próximos 10 anos? Participei de alguns cursos e treinamentos com empresas desse tipo e confesso que não permaneci até o final. A forma como pensam em encarar o que está por vir é no mínimo apequenada.
Boa parte delas, olham para os seus parceiros e distribuidores e fazem com que o cliente final se adapte as suas soluções. Já me perguntaram por diversas vezes por que não amplio o portfólio da minha empresa para vender hardwares e outros produtos que hoje ainda agregam um valor maior ao caixa da empresa. Respondo que isso parece pouco ambicioso para o que queremos construir e seria limitador para o potencial das pessoas que acreditam no que podemos fazer juntos. Estar ao lado do cliente deve ser o maior objetivo das empresas. Só assim iremos entender quais as estratégias e objetivos de negócio, e alinhar as soluções que deverão ser entregues. Essa forma de atuar e a necessidade dos clientes definirá os novos players desse mercado.
A criatividade será um dos principais diferenciais competitivos das empresas de TI. Muito em breve, a maioria das empresas saberão utilizar a plataforma de Inteligência Artificial e outras tecnologias como blockchain e IoT. Mas é possível que a maioria delas continue sugerindo e construindo chatbots como meio de inovação e solução dos problemas dos clientes. Cada cliente tem necessidades e inteligência de negócio completamente diferentes. O real potencial da I.A. aplicada na automatização de processos de uma empresa é adquirir conhecimento sobre a operação e tornar esses processos cada vez mais eficientes. Por isso, as soluções precisam ser pensadas de forma individual e junto com cliente para que de fato o objetivo seja alcançado com todo o seu potencial explorado. A tecnologia é hoje o maior condutor do progresso no mundo, e quando aplicamos visão e criatividades às soluções, explorando todo o seu potencial, as possibilidades começam a ir muito além.
(*) Diego Figueredo é CEO da Nexo