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O que está por vir no eSports ninguém pode imaginar

Como todo mercado que está em fase de desenvolvimento, são muitas as possibilidades para marcas que querem construir novas bases de fãs e se envolverem com essa audiência apaixonada, entre elas: ativos de naming rights, conteúdo de marca, patrocínios, ativação de experiência ou o nosso bom e eficaz live marketing, integração tecnológica e finalmente o branding.


11 de janeiro de 2018 - 8h44

O Campo dos sonhos

Por Rodrigo Rivellino (*)

“Se você construir, ele virá”. A frase icônica do filme “O Campo dos Sonhos” (1989) com Kevin Costner, diz muito sobre coragem para encarar medos e desafios, mas sobretudo sobre ter fé e acreditar que estamos preparados para dar vida aos nossos sonhos. No filme, Costner vive o personagem Ray Kinsella, um agricultor de Iowa (Estados Unidos), que decide obedecer a voz que ecoa em sua mente sobre transformar a área para plantação de milho em sua fazenda, em um campo para baseball. Isso traria “Shoeless” Joe Jackson, um ex-jogador famoso do esporte, de volta ao jogo. Joe nem ao menos estava vivo e mesmo assim, Ray resolve acatar o pedido da voz. O que estava para vir era algo que ninguém poderia imaginar.

Desde que comecei a me dedicar a entender e ajudar a desenvolver o eSports no Brasil, a sensação que tenho é exatamente a de que estamos pisando em um terreno tão grandioso e, o que está por vir, foge ao alcance da nossa imaginação. Além da educação e entretenimento, temos a chance de profissionalizar o setor sem cometer os erros do passado como aconteceu em outros esportes, no sentido de transparência, seriedade, incentivos e fomento.

Por ser um esporte que já nasce na era digital, as oportunidades em negócio passam primeiro pelos atletas, que se organizam em times e disputam ligas; aos streamers e plataformas de broadcasting para transmissão dos jogos, desafios e tudo que envolve o ecossistema; aos eventos experienciais que são um ponto de encontro para os fãs de eSports e as tecnologias aplicadas; e finalmente ao marketing, para o qual dedicamos uma atenção à parte.

Como todo mercado que está em fase de desenvolvimento, são muitas as possibilidades para marcas que querem construir novas bases de fãs e se envolverem com essa audiência apaixonada, entre elas: ativos de naming rights, conteúdo de marca, patrocínios, ativação de experiência ou o nosso bom e eficaz live marketing, integração tecnológica e finalmente o branding. É com satisfação e grande expectativa que vejo poderosas empresas cada vez mais participativas e empenhadas em agregar ao segmento, como Acer e Ruffles, com apoio; RedBull, Claro, Vivo e Samsung criando eventos e apostando em clubes do segmento no Brasil, ou a Mercedes-Benz promovendo grandes torneios de Dota 2, na Alemanha.

De acordo com uma pesquisa lançada em dezembro do ano passado pela SuperData Research, a receita global do eSports chegou a US$ 1.5 bilhão em 2017 e crescerá pelo menos mais 26% até 2020, alimentada por uma audiência que deve aumentar em 12% ao ano no mesmo período. A Newzoo, empresa que fornece informações de mercado para eSports, estima que o segmento tem uma audiência global em 385 milhões de pessoas, incluindo 191 milhões de entusiastas e 194 milhões de espectadores ocasionais. E como público, os telespectadores de eSports são altamente envolvidos.

O estudo da SuperData mostra ainda que os investimentos em eSports chegaram a US$ 750 milhões no ano passado, prova de que mercado está ganhando confiança sobre a popularidade do universo gamer. Ainda parece pequeno quando comparado a esportes tradicionais, mas o eSports, já caminha para logo despontar no mainstream.

Por isso, quase 30 anos depois do lançamento do filme Campo dos Sonhos, a frase “Construa e eles virão” está fazendo muito mais sentido para mim. Em um ano de incertezas políticas e econômicas, resolvi ouvir a voz ecoando em minha mente e em outubro de 2017 lançamos a Live Arena, um espaço único para os eSports no Brasil.

Em 2017, pouco mais de dois meses de vida, trouxemos figuras como YoDa, Kami e Caio Ribeiro (que já confidenciou ser mais reconhecido na rua pelo Fifa do que pela Globo), sediamos a Superliga ABCDE de League of Legends, recebemos a Julia “Cute” Akemi, a primeira jogadora mulher a participar de um torneio oficial de LoL no Brasil, teve e-Brasileirão de PES da CBF, evento sobre os pilares e projetos da Twitch, seletivas e debates em prol do segmento, entre outras grandes experiências. Servimos ao nosso objetivo que é o de ser um campo catalisador de boas ideias de pessoas engajadas e bem intencionadas com o universo gamer no Brasil. Construímos e eles estão vindo. Avante eSports!

 

(*) Rodrigo Rivellino é presidente e idealizador da Live Arena, espaço multiuso dedicado aos eSports em São Paulo

 

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