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20 de dezembro de 2017 - 6h39
Por Luiz Fernando Diniz (*)
Como vai ser a mobilidade daqui há cinco ou dez anos? Será com carros compartilhados, autônomos e inteligentes? Essa é a tendência: hoje, 34% dos jovens norte-americanos não sonham em ter seus carros próprios; 96% dos acidentes de trânsito atualmente são causados por erro humano; 12% do salário do brasileiro, em média, é gasto com transporte e 29% dos carros noruegueses já são elétricos. Esses dados dizem muito sobre o futuro, por isso, trabalhamos fortemente investindo em tecnologias que permitem, cada vez mais, vendermos carros pensando na solução da mobilidade.
Esse futuro pode ser lindo, mas o presente traz ainda uma grande preocupação: 68% das empresas não estimulam transporte alternativos, segundo uma pesquisa do IBOPE do ano passado. Isso reflete diretamente na sociedade. Basta ver que 22% das pessoas responderam que mudariam de emprego para ganhar menos e morar mais perto do trabalho. Além disso, 43% respondeu que talvez também mudasse. Dura realidade!
Somos uma empresa tradicionalmente digital, com mais de 20 anos de existência, e que se preocupa constantemente em transformar o jeito com que as pessoas se relacionam no setor automotivo. Um bom exemplo foi um programa de aceleração que criamos recentemente para encontrarmos startups ligadas às transformações como mobilidade e carros conectados.
Precisamos acompanhar e entender o contexto que a mobilidade converge, isso é fundamental. Até o final deste século quase 90% da população da Terra estará vivendo em centros urbanos. O Brasil não é exceção e hoje o país tem quase 20 cidades com mais de 1 milhão de pessoas, as maiores delas concentradas nas regiões metropolitanas de São Paulo, com 20 milhões, e Rio de Janeiro, com cerca de 11 milhões.
Para melhorarmos a qualidade de vida precisamos discutir mais sobre mobilidade, que é um tema protagonista quando o assunto é o acesso a serviços e oportunidades de trabalho e lazer. Para se obter qualquer coisa, conseguir chegar é fundamental. Atendimento médico, escola, entrevista de emprego, supermercado, passeio no parque no final de semana e muitas outras coisas. Tudo está atrelado ao seu deslocamento.
Para acompanhar essa evolução é que estamos firmando parcerias que possibilitarão explorar novos modelos de negócio, oferecendo diferentes soluções que entreguem valor ao usuário dentro da jornada de compra e venda de um veículo. Para melhorar ainda mais a nossa eficiência investimos fortemente nos últimos dois anos em inteligência de marketing, a partir de soluções tecnológicas.
Não podemos nos conformar que, em São Paulo, o Paulistano gaste em média 3 horas no trânsito por dia. Isso significa que o carro fica parado em estacionamentos em média 87,5% do tempo ou 320 dias por ano. As perspectivas para o futuro da mobilidade, são fortemente baseadas na tecnologia, claro, respeitando as diferentes cidades, com diferentes contextos, inevitavelmente farão diferentes escolhas e seguirão diferentes caminhos.
Há muitas questões em aberto nesta área e estamos apenas iniciando uma discussão que terá um longo caminho, contamos com sua participação para fazer um futuro melhor.
*Luiz Fernando Diniz é diretor de produtos da Webmotors