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30 de junho de 2017 - 9h36
Por Cassio Brodbeck, CEO da OSTEC Business Security, especializada em segurança virtual corporativa
No trabalho, em momentos de lazer ou em casa, é praticamente impossível ficar longe da internet. E não apenas adultos, mas também adolescentes e crianças. Por ser um recurso presente em vários espaços onde circulamos, basta sacar o smartphone do bolso, o tablet da mochila ou qualquer outro gadget para se conectar. Se é fácil utilizar, mais ainda é ficar a mercê de ameaças, ataques, fake news, dentre outros problemas relacionados ao uso da web.
Vejamos alguns números e exemplos reais. De acordo com relatório lançado pela G Data, a cada quatro segundos um malware é criado. Estima-se que mais de 7,4 milhões de ameaças estejam em circulação na rede. Situações consideradas inofensivas como recarregar celulares em lugares públicos podem ser uma porta de entrada para que atividades maliciosas, como o sequestro de dados, ocorram nos dispositivos.
Aquela mensagem recebida por um amigo, com desconto de R$ 70 para gastar em qualquer refeição ou lanche oferecido em uma rede de lanchonetes bastando, para tanto, preencher um rápido cadastro ou fazer um download, pode ser uma armadilha – e das grandes. O caso, que aconteceu recentemente, afetou mais de 100 mil pessoas em apenas 24 horas, de acordo com a empresa de segurança PSafe. Dispositivos foram infectados e podem, com isso, estar vulneráveis na incidência de ameaças futuras. Sem contar ações perigosas como o caso da Baleia Azul, que colocou inúmeras crianças e adolescentes em risco. E recentemente, mal passamos pelo ataque com o WannaCry em maio, novamente as empresas e entidades sofreram um novo ataque, desta vez pelo ransomware Petya, ainda em processo de monitoramento sobre seus danos.
Em tais situações, se pode ser difícil para um adulto identificar a possível ameaça, imagine adolescentes ou crianças? A pergunta pode ser confrontada, ainda, com outra: o que fazer para a promoção da segurança digital? Como impedir que não apenas empresas e entidades, mas o cidadão comum, independente da idade, sinta-se seguro ao usar a internet? Não há uma resposta pronta para tais questões. É tecnicamente impossível garantir 100% de segurança, contudo é possível tomar algumas medidas para impedir armadilhas como as citadas.
Uma que já deveria ser adotada é a educação digital, desde a escola até a adoção de políticas de segurança na gestão da internet em ambientes corporativos. Indo além de simplesmente saber usar um desktop ou gadget qualquer – como aqueles utilizados intuitivamente pelas crianças – é preciso conhecer os limites a serem respeitados para o uso seguro. Na correria do cotidiano, dicas que parecem ser simples ou de conhecimento geral passam batidas, tornando boa parte dos indivíduos vítimas potenciais.
Façamos um exercício: você sabe o que compartilha na rede? Já deu um Google sobre si mesmo para conhecer seus rastros digitais? Você costuma expor dados pessoais e profissionais em redes sociais que podem ser utilizados por pessoas mal intencionadas? Pense nestes questionamentos e reflita sobre seu comportamento na rede.
Algumas dicas simples podem ser bastante úteis:
- Acompanhe, na medida do possível, o que seus filhos ou parentes menores de idade fazem na internet, de forma amigável e sem quebrar barreiras de privacidade e gerar atritos afetivos;
- Pergunte em sua empresa se há – e proponha caso não houver – medidas para proteger a informação. Longe de restrição pura e simples, é possível manter o uso da internet seguro e equilibrado e, de quebra, promover a visibilidade e gestão dos acessos realizados na estrutura corporativa. A medida também vale para escolas e universidades;
- Vai usar wi-fi público? Tome cuidado com o que irá acessar. Por exemplo, evite utilizar internet banking e demais aplicações que podem conter dados sensíveis, ou que tenham alta relevância para você.
Enfim, existem caminhos para se proteger e educar as pessoas a usar, de forma segura, a internet. Iniciativas importantes como o site www.internetsegura.br podem ajudar. Nele são disponibilizados uma série de guias lúdicos que podem ser aplicados tanto com crianças quanto jovens e adultos. A educação digital é possível mas, para tanto, as pessoas precisam se conscientizar de que a web esconde perigos que devem ser acompanhados e combatidos.
(*) Cassio Brodbeck é CEO da OSTEC Business Security, especializada em segurança virtual corporativa