Twitter segue o @retargeting. Por Guilherme Mamede

18 de julho de 2013 - 10h01

Por Guilherme Mamede
CEO da Melt DSP

Não há nada melhor que a perspectiva de lançar ações na Bolsa para impulsionar uma rede social em seus esforços para elevar a receita publicitária. Segundo o AdAge, com planos de fazer uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no começo do ano que vem, o Twitter prepara o lançamento de uma ferramenta de retargeting em tempo real – isto é, a exibição de anúncios a usuários que já demonstraram interesse naquele produto. De acordo com fontes ouvidas pela publicação, seria algo similar ao Facebook Exchange (FBX), serviço desenvolvido pela firma de Mark Zuckerberg poucos meses depois do seu IPO que tem obtido extremo sucesso.

O AdAge informou que executivos da empresa de San Francisco têm se reunido com diversas companhias envolvidas no FBX a fim de obter know-how para desenvolver a ferramenta. As negociações estão ainda em estágio inicial, e a data para lançamento ainda não foi estabelecida. Mas isso não quer dizer muita coisa, já que o Facebook foi capaz de erguer o FBX em apenas um mês.

O microblog está sendo cauteloso na introdução de novas ferramentas de marketing. Alguns dias depois da matéria do AdAge, o Twitter admitiu, em seu blog oficial, que “em breve” começará a vender uma solução de retargeting focada apenas em usuários americanos. O texto explicou que a solução pode ser usada, por exemplo, para a exibição de Tweets Patrocinados sobre site já visitado pelos usuários-alvo do anúncio.

Para prevenir possíveis críticas de grupos que protegem a privacidade on-line, a companhia fez questão de frisar que os internautas poderão impedir o acesso da ferramenta às suas contas a qualquer momento.

“Basta desmarcar a caixinha que fica próxima à opção ‘Conteúdo Patrocinado’ em suas configurações para o Twitter não combinar dados de sua conta com informações fornecidas por nossos parceiros publicitários na criação de anúncios personalizados”, adiantou Kevin Weil, diretor de produto sênior da companhia.

Weil também afirmou que “os usuários não verão mais anúncios no Twitter, mas poderão ver anúncios melhores”. Como o AdAge adiantara, essa estratégia é típica do microblog, que sempre temeu que usuários considerassem um estorvo a exibição de publicidade em seus feeds. Raciocinando de acordo com a lei da oferta e da procura, conclui-se que isso implicará em anúncios mais caros que no FBX, mas é preciso esperar para ver.

O Twitter também estaria preparando uma novidade: segundo a “AdAge”, diferentemente do que ocorre no FBX, o microblog quer oferecer a grandes marcas acesso direto à sua exchange. Algo parecido acontece no Right Media da Yahoo, que permite que gigantes como Procter & Gamble e Kellogg’s comprem espaço publicitário sem a necessidade de intermediários.

O lançamento de um exchange de retargeting no Twitter é uma grande notícia e ajudará a companhia a expandir ainda mais sua presença no universo do marketing digital. Pelos cálculos da firma de pesquisas eMarketer, o faturamento publicitário da rede social dobrará este ano, para US$ 583 milhões, e atingirá a marca de US$ 1 bilhão em 2014.

O único senão apontado por analistas lá de fora é o fato de o Twitter ter apenas um quinto do número de usuários do Facebook, cuja base de mais de um bilhão de membros torna mais fácil a missão de entregar o anúncio certo ao internauta certo. Mas sabemos que um espaço publicitário com 200 milhões de usuários ativos, que enviam 400 milhões de mensagens diariamente, não é uma oportunidade a ser desperdiçada.

Como temos dito por aqui, o retargeting é um dos métodos mais eficientes para atrair o consumidor virtual contemporâneo, que é cada vez mais criterioso e visita as lojas inúmeras vezes antes de finalizar a compra.

Seja bem-vindo, Twitter!!!