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Você tem o que precisa para ser bem-sucedido na nova era digital?
“Fazer o mesmo sempre e esperar resultados diferentes, essa é a definição de insanidade.” Será que as mesmas ferramentas o levarão a novos campos?
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4 de maio de 2018 - 13h23
Por Eduardo Muniz (*)
O mundo está, de fato, encarando uma Nova Era. Uma Era Completamente Digital que está mudando as coisas tão rápido que estamos com dificuldade de acompanhar o ritmo. Isso acontece tanto em nossas vidas pessoais — notamos nossos filhos usando tecnologia não como um fim, mas como um meio — quanto nos nossos negócios. Tenho escutado muitos empresários e executivos preocupados e frustrados porque não conseguirem entender completamente esse cenário em constante mudança e são induzidos a ouvir suas agências e consultores que, muitas vezes, têm sua própria agenda por trás da conversa.
Os negócios se transformam porque as sociedades mudam. Se não mudarem, eles fecham. E não importa o quão grande ou dominante você foi no passado. Vimos recentemente dois negócios icônicos nos Estados Unidos fecharem as portas: Toys R us e Sports Authority — duas empresas que foram relutantes em adotar o digital no centro de suas estratégias. As companhias que não perceberem essas mudanças têm um tempo de vida muito curto pela frente. A era digital é cruel e, de alguma forma, mal compreendida.
No entanto, algumas companhias estão de fato batalhando para entender que esta “mudança” é uma constante agora e ainda teimam em tocar seus negócios da mesma forma que as fizeram chegar onde estão. Adivinha só! Isso não vai funcionar nos próximos dez anos. Talvez nem para os próximos três! Contar com sua boa e velha agência tradicional de publicidade para guiar seu caminho para a nova era é o mesmo que pedir para seu avô de 80 anos levá-lo para surfar pela primeira vez. Isso quer dizer, então, que o melhor caminho é buscar uma agência native digital liderada por millennials? Definitivamente, não.
Pode parecer uma encruzilhada ter sua equipe de marketing e sua agência dizendo uma coisa e o board e os benchmarks apontando para outro lado. Quem está certo e o que você deveria fazer? Vou compartilhar um pouco dos meus 20 anos de experiência como um nativo “business-digital”, tendo liderado tanto startups quanto corporações em nível regional. Acredito fortemente que há um ponto ótimo de equilíbrio entre o conhecimento do acelerado e “impaciente” time de millennials e a experiência ponderada do time sênior.
Revelo, a seguir, cinco dicas fundamentais de como escolher o parceiro ideal para ajudá-lo a entender a nova Era Completamente Digital e a executar a transformação digital que seu negócio requer:
Escolha equilíbrio sobre modismos
Nem uma consultoria estratégica da velha guarda e muito menos uma agência tradicional. De fato, esses mesmos negócios estão passando por uma profunda transformação porque se deram conta de que não possuem atualmente o portfólio de conhecimento necessário para entregar valor aos clientes. Vimos ao longo dos dois últimos anos consultorias estratégicas comprarem agências digitais, no Brasil e no mundo, para agregar valor aos negócios para os quais trabalham. Busque uma empresa que navegue ambos os mundos para entregar um sólido conhecimento de negócios, mas também um profundo entendimento do ágil e inovador ecossistema digital.
Não acredite em soluções milagrosas (e, acredite, você vai querer encontrar uma)!
Uma transformação digital cobre absolutamente todo aspecto do negócio. Não será apenas o lançamento de um super e-commerce que recuperará o market share. Não será tampouco uma magnífica solução de atendimento ao cliente, inteiramente automatizada por meios de inteligência artificial que salvará seu índice NPS (grau de lealdade dos consumidores). O digital é um trabalho de formiguinha, diário, disciplinado e integrado. Certamente, ter pessoas diferentes gerenciando aspectos diferentes do “negócio digital” não ajudará em nada. O primeiro passo é centralizar, integrar operações digitais e, depois, quando estiver maduro, descentralizar e delegar iniciativas digitais para todas as unidades de negócio (que deverão permanecer integradas entre elas).
Comece de fora para dentro
Você consegue executar uma transformação digital por conta própria? Provavelmente sim, mas, a que custo? Minha sugestão é buscar ajuda externa que trará uma nova visão, fresca e diferente para o seu negócio. É como se você estivesse começando a treinar (para perder peso, ganhar condicionamento ou correr uma maratona), uma vez que é muito mais rápido e fácil ter alguém mostrando os atalhos e orientando ao longo do percurso. Somente após sua empresa ter entendido completamente e aprendido com os insights e benchmarks externos é que você internaliza a responsabilidade da continuidade dessa transformação.
Nativo digital não significa nativo em negócios-digitais
Pelo amor de Deus não cometa o erro de achar que qualquer jovem (native digital) entende o ambiente de negócios digital. Não entendem. Ainda não estão prontos. Apesar dos millennials aprenderem rápido, serem multitarefas e ambiciosos, a maioria ainda não possui a maturidade e os anos de experiência necessários para entenderem o contexto geral de negócios. As universidades no Brasil — por motivos burocráticos, infelizmente — não preparam alunos da graduação bem o suficiente para entenderem e pensarem já no novo mundo de negócios digital. Essa nova geração precisa de orientação, mas de alguém que entenda a interseção entre digital e business — é aqui que está o grande desafio das empresas e gestores.
Agências digitais devem saber falar com o board, e não apenas com a área de marketing
Há muitos talentos em agências digitais. Muitos mesmo. Não há tantos que consigam debater de negócios num nível corporativo. Muito menos numa reunião de board. Presenciei inúmeras vezes agências digitais sendo guiadas por hypeness e modismos, e não por objetivo de negócios — e surpreendentemente guiadas pelos próprios departamentos de marketing que anseiam por permanecerem “cool” e mostrarem que estão a par das últimas novidades e tecnologias. Escolha um parceiro que consiga entregar uma ponderação entre a última “inovação-disruptiva” e os pés no chão do negócio e foco no “show me the money”.
Se revisarmos a lista das companhias mais bem-sucedidas do novo milênio, notamos claramente que as empresas que entenderam as mudanças em curso no comportamento do consumidor, anteciparam as mudanças desenvolvendo canais digitais consistentes e integraram diferentes iniciativas debaixo de um mesmo direcionamento digital, são as que estão no topo. Do ponto de vista individual, os executivos que lideraram transformações digitais bem-sucedidas serão os líderes do amanhã. Do amanhã não. Do hoje, já. O tempo está passando. No entanto, sempre há tempo para boas decisões. Tome uma agora, antes que seja tarde demais.
(*) Eduardo Muniz é CEO da Simplie
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