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As fotos que tiramos estão acabando com nossa memória

Quanto mais fácil e acessível a produção, armazenamento e encontrabilidade, menos as pessoas se recordam do momento em que a foto foi tirada


17 de dezembro de 2013 - 2h00

Em uma época onde tudo é facilmente encontrável no Google, as pessoas estão cada vez menos propensas (e dispostas) a memorizar dados. Basta um certo domínio sobre como usar as palavras-chave corretas, e pronto. Tudo acessível a poucos cliques de distância. Tem até uma geração que já cresceu aprendendo a fazer esse tipo de busca (ou quase aprendendo).

Pois parece que algo similar acontece com as fotografias digitais, segundo a psicóloga Linda Henkel, da Fairfield University. Quanto mais fácil e acessível a produção, armazenamento e encontrabilidade das fotografias digitais, menos as pessoas se recordam do momento em que a foto foi tirada. É como se sua cabeça dissesse “bom, a câmera armazenou, então eu não preciso armazenar”.

A conclusão parte de um estudo que ela organizou no museu de arte dentro da Universidade de Fairfield. Ela deu aos participantes do estudo uma câmera e um itinerário de objetos dentro do museu que eles deveriam visitar. Alguns objetos deveriam simplesmente ser observados com os olhos, outros deveriam ser fotografados de longe com a câmera, outros deveriam ser fotografados focando em um pequeno e específico detalhe.

No dia seguinte, Henkel reuniu os participantes e testou sua capacidade de memorizar os objetos do museu. Ela mostrou os nomes (ou fotos) dos objetos que eles tinham visto e mais alguns que eles não tinham visto – e então perguntou a eles se eles tinham visitado o objeto ou não, e se os tinham fotografado ou não. Para cada item que ela mostrava, ela também perguntava algo sobre um detalhe da obra.

O resultado? Os items somente “olhados com os olhos” eram relembrados com mais frequência do que os itens fotografados a uma certa distância. Eles gravaram a foto e perderam o momento.

As câmeras digitais contribuem mais ainda com isso, já que é mais rápido, fácil e barato tirar dezenas de fotos de um mesmo passeio ou evento, e depois organizá-las em um álbum virtual.

Por outro lado, um resultado otimista: quando as pessoas davam zoom para fotografar um detalhe específico, acabavam absorvendo a cena como se não houvesse câmera nenhuma entre os olhos e o objeto. Sinal de que o olho humano consegue capturar detalhes tão nítidos e precisos quanto o zoom avançado da câmera digital.

Por Fabricio Teixeira
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Fonte: FastCoDesign

 

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