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A+V chega ao Brasil em meio a embate entre produtoras e anunciantes

Empresa chilena de envio de vídeos publicitários digitais firma sociedade com a Latinstock Brasil e desembarca no País liderada por Alejandro Albertini, Henry Northcote, Marcos Scheliga, Paulo Pires e Glaucio Garcia


14 de agosto de 2013 - 4h49

A A+V, empresa chilena voltada para a área de transferências de vídeos publicitários via plataforma digital, oficializou a chegada ao Brasil nesta quarta-feira, 14. Em apresentação realizada em São Paulo, a companhia mostrou características e funcionalidades da plataforma desenvolvida especialmente para o mercado brasileiro. Durante o encontro, os representantes da empresa confirmaram que já existem negócios fechados com alguns anunciantes e produtoras brasileiras e afirmaram o desejo de trabalhar com 16 pontos de distribuição até o final do ano – dentre eles estão TV aberta e fechada; mídia indoor; cinemas e alguns portais online.

 

A A+V Brasil é um resultado de uma sociedade entre a empresa chilena e a Latinstock Brasil. O encontro em São Paulo contou com a participação dos sócios da A+V Chile Henry Northcote, Alejandro Albertini e com os representantes brasileiros Glaucio Garcia, Marcos Scheliga, Marcelo Brodski, Cristian Mouat, Carlos Godin e Paulo Pires. Com a pareceria, a divisão estabelecida por ambas as partes estipula que 49% da empresa fica com o lado brasileiro e 51% pertence aos chilenos. “Nós queríamos trazer este tipo de envio digital desde 2012, e estávamos a procura de parceiros para isso até encontrarmos a A+V Chile. A nossa ideia agora é mover a indústria para uma estrutura digital, que sem dúvida é mais eficiente e possui características de maior qualidade”, afirmou Pires, da Latinstock.

 

Apesar de recém-chegada ao País, a A+V Brasil já começa a ganhar espaço no cenário de envio de vídeos via streaming. A empresa deverá trabalhar e já está em negociação com a distribuição em diversos veículos e canais de comunicação como Elemidia; UOL; Terra; IG; Disney Channel; Discovery Channel; SBT; Bandeirantes; ESPN; Sony; dentre outros. Além disso, a empresa trabalha para que a Globo comece a fazer parte da plataforma no início de setembro.

 

Na prática, a plataforma da A+V Brasil promete oferecer uma experiência mais orgânica, organizada e com maior acompanhamento sob os vídeos que estão sendo enviados por produtoras, anunciantes e agências, para os veículos. Entre os serviços que a empresa oferece estão: gerenciamento de arquivos de filmes publicitários, armazenamento, organização; delivery digital (tapeless) e analógico; acompanhamento dos envios; e interfaces diferentes para cada perfil de usuário.

 

Os representantes da A+V Brasil afirmaram que não pretendem baixar os valores já cobrados pelas empresas de serviço de envio concorrentes. Segundo eles, o custo por envio deve variar entre 200 a 300 reais. Além disso, a plataforma oferece gratuitamente para os anunciantes uma ferramenta de armazenamento de vídeos publicitários, que comportará todo histórico do cliente, independentemente do tamanho. Segundo Pires, os contratos firmados com as produtoras e anunciantes não possuem cláusulas de exclusividade e os valores poderão variar conforme os acordos.

 

De acordo com Pires, o mercado brasileiro possui características únicas que precisam ser levadas em consideração por plataformas de envio de vídeos e que a diversidade precisa ser levada em consideração. “Sabemos que a entrega de fitas ainda vai existir por um bom tempo até que a transição seja completa para o digital. Conhecemos o processo e podemos entregar analógico ou digital, dependendo de onde tivermos conectividade”, comentou.

 

No olho do furacão

 

A A+V Brasil chega ao País em um momento turbulento do mercado de distribuição de vídeos. Desde o início do ano, a ABA (Associação Brasileira dos Anunciantes) entrou em um embate com a Apro (Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais) acusando a entidade de estimular boicotes ao streaming e as produtoras de cobrarem por serviços que não prestam.

 

A briga comprada pela ABA se baseia na alegação de que, com o envio digital, as produtoras deixam de ter o gasto de gerar várias cópias físicas para as emissoras envolvidas na veiculação. Além disso, a entidade prega que não deve pagar direitos autorais por uma cópia digital.

 

Entretanto, apesar de estar no olho do furacão do confronto entre as entidades, Paulo Pires afirmou que a A+V não tomará partido na discussão por querer estabelecer um bom relacionamento com ambas as partes e se integrar rapidamente ao mercado brasileiro. “A plataforma precisa estar do lado dos anunciantes e das produtoras, porque são eles que irão utilizar nossos serviços. Apesar de entender que a modernização deve acontecer, o digital vai predominar e isso é inevitável. Nós vamos ser transparentes com ambas as partes”, afirmou.
 

 

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