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Baidu aposta na inteligência artificial
Gigante chinês consegue aprovação para testes de carros sem motorista na Califórnia
Gigante chinês consegue aprovação para testes de carros sem motorista na Califórnia
Luiz Gustavo Pacete
8 de setembro de 2016 - 9h09
(*) Por Angela Doland, do Advertising Age
O Baidu, terceira maior força em propaganda online depois do Google e Facebook, enxerga a inteligência artificial (AI, na sigla em inglês) como a próxima grande aposta do mercado. A companhia está usando a tecnologia para impulsionar propaganda, reconhecimento de voz e carros sem motorista.
Durante sua conferência anual realizada em 1º de setembro, em Pequim, o gigante da busca na web anunciou novidades na frente de veículos autônomos. A empresa conquistou a permissão do Departamento de Veículos Motorizados da Califórnia para testar seus carros nas ruas da cidade. O Baidu também assinou uma parceria com a fabricante de chips norte-americana Nvidia para trabalharem conjuntamente nos carros sem motorista.
Apesar de todo o investimento em projetos futuristas, cerca de 93% da receita do Baidu no último trimestre veio do marketing online. A empresa vem tentando se diversificar, com serviços como delivery para restaurantes e reservas de ingressos de cinema, além de um opulento projeto de aprendizagem profunda muito semelhante ao desenvolvido pelo Google Brain.
O impulso para diversificar as receitas aumentou depois que o negócio de publicidade do Baidu atingiu uma fase difícil. A China endureceu as regras de publicidade online no país após um clamor nacional sobre os anúncios de saúde do Baidu. Um estudante com câncer morreu depois de se submeter a um tratamento caro e não comprovado que encontrou num anúncio do Baidu. Em reação, os chineses passaram a entender que o Baidu estava colocando os lucros acima da saúde das pessoas.
O Baidu, então, cortou a quantidade de anúncios que exibe por página. Seu lucro líquido caiu 34% no segundo trimestre, e a companhia prevê mais dois ou três trimestres de queda nas receitas. Enquanto isso, como terceiro maior player mundial de propaganda online, de acordo com o eMarketer, está competindo com gigantes da tecnologia Alibaba e Tencent pela atenção online da China.
No entanto, a publicidade não foi o foco da conferência, onde o lema era “AI é a nova eletricidade”. “Para o Baidu, AI é a prioridade”, declarou o fundador Robin Li. A empresa falou brevemente sobre publicidade, ao explicar que está construindo perfis detalhados de usuários para segmentação. Foi mostrado como a L’Oreal tem experimentado uma nova oferta de realidade aumentada chamada DuSee. As pessoas podem usar a tecnologia de reconhecimento de imagem do Baidu em um frasco de xampu Ultra Doux, da L’Oreal, para provocar o aparecimento de uma cascata de flores na tela em realidade aumentada .
O foco da empresa está na imagem e reconhecimento de voz. Li mostrou como o reconhecimento de voz pode ser utilizado por uma equipe inexperiente para fazer vendas por telefone. O software pode pegar as conversas dos clientes, instantaneamente transcrevê-las e propor respostas que seriam usadas por uma equipe bem preparada.
Como teste, o ator e cantor Hu Ge subiu ao palco para recitar metade de um poema. O software inteligente do Baidu leu a segunda metade, imitando sua voz. O fundador afirmou que tal tecnologia poderia ser usada se “você tem que trabalhar até tarde todos os dias, e seu filho quer ouvir você contando uma história”.
Um vídeo engraçado mostrou como o aplicativo de tradução do Baidu poderia ajudar um motorista de táxi chinês a se comunicar com um estrangeiro. No entanto, apenas algumas pessoas tinham fones de tradução simultânea durante a apresentação de Jen Hsun-Huang, CEO da Nvidia. Ele falou a maior parte em inglês, enquanto descrevia os planos para a construção de mapas sofisticados que guiarão carros autônomos.
Por causa da barreira da língua, muitos espectadores pegaram seus telefones para conversar no WeChat – um aplicativo feito não pelo Baidu, mas por outro gigante da tecnologia chinesa, o Tencent.
Tradução: Guilherme Fernandes
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