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Dados são importantes, mas experiência é fundamental
Coleta e interpretação dos rastros deixados pelos consumidores serão essenciais para a construção de estratégias eficientes de comunicação
Dados são importantes, mas experiência é fundamental
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BuscarColeta e interpretação dos rastros deixados pelos consumidores serão essenciais para a construção de estratégias eficientes de comunicação
Bárbara Sacchitiello
10 de maio de 2016 - 21h41
Considerado como a moeda mais valiosa da atual era da comunicação, o dado ainda é alvo de muitas dúvidas e questionamentos. Enquanto as marcas atribuem cada vez mais o seu uso como parâmetro das estratégias publicitárias no futuro, os consumidores levantam questões éticas e legais sobre o direito de ter seu comportamento digital nas mãos de empresas.
Para debater a questão, o painel “De quem é o dado?”, realizado na tarde desta terça-feira, 10, no ProXXIma, reuniu representantes de empresas atuantes no setor de tecnologia de dados. Mediados pelo CMO da Fiat Crysler na América Latina, João Ciaco, os profissionais destacaram como a utilização dos dados será fundamental para a definição das estratégias de comunicação e quais são os limites entre o uso ético e abusivo das informações dos consumidores.
John de Tar, presidente da empresa norte-americana ROIx, foi categórico ao afirmar que a grande questão que envolve o tema dos dados não é a privacidade. “Discute-se muito sobre a privacidade, mas não vejo que esse é o grande problema. A questão é a experiência. É muito importante que as empresas tenham transparência em suas relações, mas se o usuário entrega um dado para um sistema e, em troca, recebe uma experiência interessante, ele não vai ver problema algum nisso”, acredita. O líder da ROIx também defendeu que a entrega e coleta de dados é algo antigo na comunicação e que, agora, as novas tecnologias apenas sofisticaram isso. “Há muito tempo as empresas coletam nossos dados e possuem um banco de informações a nossa respeito. Hoje, isso acontece de forma muito mais rápida. Mas ninguém se importa em fornecer informações se desfrutar de uma experiência satisfatória. As pessoas não se incomodam em dar o endereço de suas casas para o Waze pois sabem que o aplicativo as levarão para suas residências de maneira rápida”, exemplifica.
Para Cristiano Nóbrega, sócio e CEO da Tailtarget, aprender a fazer bom uso dos dados é um dos principais desafios para as marcas. “Hoje as empresas começam a dar vida aos dados que possuem e elas tem uma grande responsabilidade de fazer um uso correto dessa informação, baseado em boas práticas e condizente com as regras internacionais”, pontua.
O diretor comercial e fundador da Navegg, Adriano Brandão, concorda com o colega a respeito do estabelecimento de boas práticas para o uso e coleta de dados. “O mercado deveria se autorregular a respeito disso”, defende. O profissional também apontou que a evolução dessa questão está diretamente ligada à difusão de uma nova consciência e educação digital no mercado brasileiro. “A maior parte de nossas coletas são passivas, feitas através da navegação das pessoas na internet. Por isso, não conseguimos pedir autorização para coletar tais dados. Isso esbarra diretamente na educação acerca do ambiente digital, pois muitas pessoas ainda não entendem o que é coletado e como fazem se quiserem proteger suas informações”, aponta.
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