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SXSW 2014: TV or not TV? Wearables or not wearables?

Está absolutamente sólido em sua supremacia que o conteúdo é aderente ao que a audiência quer ver. No aparelho que for, onde for, quando for


11 de março de 2014 - 7h24

POR PYR MARCONDES
De Austin

Se você estivesse assistindo à transmissão de um jogo de futebol no seu celular na sala de estar e sua mulher perguntasse da cozinha o que você estava fazendo, você responderia… "Assistindo TV, meu bem!"?

Na verdade, a partir do advento da distribuição de conteúdos em banda larga para um número cada vez maior e variado de devices, não tem lá muita importância a sua resposta. Se é ou não TV, tanto faz.

"TV or not TV? Defining Networks in the Digital Age" foi um painel surpreendentemente franco, maduro e totalmente em linha com o avanço tecnológico em curso, em que os silos caem, as paredes entre canais de distribuição se mesclam e o que fica absolutamente sólido em sua supremacia inquestionável é o conteúdo aderente ao que a audiência quer ver. No aparelho que for, onde for, quando for.

Aí vai dizer: qual a novidade?

Na tese, nenhuma. Na prática, total.

O painel em que assistimos essa tese ser defendida, debatida e validada no SXSW este ano não tinha no palco nenhum youtuber doidão, nenhum nerd desenvolvedor de apps, nenhum diretor do Netflix, nem do Hulu. Ao contrário, foi composto por senhores com mais de cinquenta anos de idade, todos importantes representantes cada um de um setor relevante da indústria.

A saber, John Skipper, Presidente Mundial da ESPN e Co-Chairman da Disney Media; Kevin Conroy, Presidente da Univision Communacations, a maior cadeia de TV para audiência hispano-latina dos EUA, que é gigante; e Paula Kerger, Presidente e CEO da PBS, a televisão pública norte-americana, uma força non-for-profit, mas crescentemente influente na audiência do País (seu blockbuster “Downtown Abbey”,uma produção originalmente inglesa mas de grande sucesso nos EUA, exibida pela PBS, atingiu já mais de 50 milhões de telespectadores, um fenômeno).

John Skipper deu o tom logo de cara, após ser interpelado por Brian Stelter, experiente ex-repórter do New York Times, recentemente migrando para a CNN, que lhe perguntou o que é TV hoje, na Era Digital. Ele mandou: “Telas”.

E explicou, não importa o que é TV, o que é importante é distribuir conteúdo cross plataformas em todas as telas. Se isso é TV, então isso é TV.

Convoy complementou dizendo: “Não é mais uma network, é uma indústria de conteúdo multiplataformas”.

Paula deu seu toque: “Para cada ambiente, nosso desafio agora é criar uma linguagem que integre tudo numa única stroytelling”.

Mas qual o modelo de negócio para tudo isso? Nenhum deles sabe ao certo e não teve nenhum problema em afirmar. Estão costurando.

O fato é que para uma indústria que ia morrer uns anos atrás e continua viva e faturando muito bem, obrigado, essa é francamente uma questão que, com o tempo, eles vão resolver.

Skipper adiantou que é hoje muito mais barato produzir e distribuir conteúdos televisivos do que anos atrás e esse é um componente importante da equação custo-benefício nos negócios do setor.

Viu? Já estão resolvendo.

Ou seja, assistimos a um time alinhadíssimo de gray hairs defendendo em público o que atéhá bem pouco tempo era o discurso do Apocalipse de newcommers, que então alardeavam o fim da TV.

Na verdade, ela está de fato deixando de ser o que era, para ser algo ainda mais legal, menos careta, mais abrangente, mais ágil, customizada, inteligente e tecnologicamente mais evoluída.

Curioso que a esmagadora maioria da audiência ainda consomeTV sentadinha na sala, no aparelho fixo (mais de 85%). Mas todos os presentes foram unânimes em declarar que esse hábito tende a ir migrando para um consumo em aparelhos móveis e através de uma programação on demand. A tal TV everywhere, que ainda não é realidade (ouvimos falar disso há anos, já), mas a cada ano que passa, dá mais um passo rumo a sua consolidação.

A TV? É a TV. Mas você pode chamar do que quiser.

Wearables: um must, agora na fase 2
Estão acontecendo este ano dezenas de painéis e palestras sobre wearables no SXSW. Todas lançando novos equipamentos e dando continuidade a uma tendência tecnológica que vinha já se esboçando há algum tempo e que teve seu pico de “coolness” aqui em Austin ano passado, quando foi uma das vedetes.

Este ano tá meio xoxo, embora seja sempre legal acompanhar os últimos lançamentos.

Algumas empresas escolheram deixar para lançar aqui seus novos modelos de óculos, pulseiras, anéis, roupas, etc. mas de verdade, são produtos que dão continuidade aos caminhos pioneiros do ano passado. E que estão sendo lançados também em outros eventos e feiras mundo afora. Tá virando, aos poucos, mainstream.

Na feira do evento, que congrega desde fornecedores de tecnologia avançada de todo tipo a meros fabricantes de engenhocas curiosas, essa tenência vai se consolidando e novidades enchem os olhos e o cardápio dos curiosos em ver qual o último modelo sendo lançado (vamos ainda nesta cobertura direto daqui dar uma geralzinha na feira do SXSW 2014,só para você se atualizar).

Só um exemplo, para ilustrar. Numa palestra-lançamento da Epson chamada “Innovative Apps Are Key to WearableTech Adoption”, a empresa lançou seu último modelo de óculos com câmeras, o Movero BT-200,um Google Glass anabolizado com duas câmeras, uma para cada olho.

Um barato, por um lado, por outro, horrível e pesadão. Eu testei. É uma experiência única, mas o produto parece um projeto em desenvolvimento. Embora esteja disponível já para venda mais de US$ 600,00.

Mas o que é mais interessante não é o device em si, é o título da palestra e sua proposta. 

Os fabricantes agora estão doidinhos atrás de quem desenvolva aplicativos que possam ser usados nas engenhocas que estão criando. Nenhum deles é forte nisso, não é core. (Veja neste post do Mashable como o Google já está abrindo caminho e estimulando desenvolvedores a criarem apps para seus wearables em Android…).

Agora, a fase dois e que é uma gigantesca oportunidade para desenvolvedores de todo o mundo, é criar apps para wearables. Vai acompanhando e você verá que tenho razão. Isso vai explodir.
 

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