Notícias
VR/AR: as estrelas do SXSW 2016, ainda precisam provar seu modelo de negócio
Realidade Virtual e Augmented Reality, embora em estágio embrionário de evolução tecnológica, apontam futuro promissor
VR/AR: as estrelas do SXSW 2016, ainda precisam provar seu modelo de negócio
BuscarVR/AR: as estrelas do SXSW 2016, ainda precisam provar seu modelo de negócio
BuscarRealidade Virtual e Augmented Reality, embora em estágio embrionário de evolução tecnológica, apontam futuro promissor
16 de março de 2016 - 6h49
Por Pyr Marcondes, diretor executivo da M&M Consulting, de Austin
Realidade Virtual (VR) e Augmented Reality (AR), para todos os aqui presentes no SXSW 2016, são duas das estrelas do evento, protagonizando um bom número de palestras e apresentações, o que deve possivelmente indicar que tanto os organizadores como todos nós, estamos de fato interessados em acompanhar onde essas tecnologias estão hoje e onde elas irão nos levar.
Do ponto de vista tecnológico, já podemos adiantar que ambas estão em estágio embrionário de sua evolução, embora o que temos agora em operação, aponte de fato para um futuro promissor.
Do ponto de vista do modelo de negócios, no entanto, parece que nem nesse estágio primitivo ainda estamos.
Vamos aqui citar dois exemplos.
Na apresentação More Than Mobile: Augmenting Today’s Retail Reality, os speakers Annie Weinberger, general manager da Aurasma (produtora de tecnologia para AR) e Charles Larking, diretor senior de tecnologia da GameSpot (uma das mais poderosas plataformas de games do mundo) resolveram fugir de projetar as maravilhas que virão no campo da realidade aumentada, para mostrar aos presentes soluções que já estão no mercado, exibindo exemplos bem práticos de adoção e uso. Isso foi legal e serviu para tangibilizar com grande clareza o que podemos fazer no nosso dia-a-dia de negócios, se quisermos.
Coloque realidade virtual em cima dos canais que você já tem, seja na web, ou em outro qualquer do mundo físico. A tecnologia, bem simples, permite que você estimule seus usuários e consumidores a “assistirem”, via aplicativo baixado no celular, a realidades que não estão ali na nossa frente, inicialmente.
A vantagem adicional aqui, além de conteúdos novos e complementares que podem ser agregados, está no fato de que você consegue medir com clareza o que foi visto e se aquele view gerou alguma conversão. Segundo os apresentadores, o uso de AR nesse modelo tão básico resulta em incremento de vendas na certa.
Nas peças de marketing direto, nas embalagens de seus produtos, nos seus catálogos, nas suas peças de merchandising no ponto de venda e até em seus anúncios de mídia impressa, essa mesma lógica pode ser aplicada, com a vantagem adicional da mensurabilidade precisa.
AR pode ainda, igualmente utilizando os mesmos fundamentos tecnológicos simples da plataforma, ser usada para redução de custos da operação, pois pode acompanhar manuais de uso e, ao exibir vídeos e tutoriais explicativos, reduzir investimentos no call center.
Outro uso no varejo seria a colocação de sistemas de AR em diversos locais no ponto de venda, permitindo a oferta de promoções especiais, combos, na exata hora da compra.
Pareceu tudo muito simples e, de fato, aparentemente, muito efetivo.
Mas estes são usos corriqueiros e, embora bastante práticos e aplicáveis hoje por qualquer companhia, não parecem apontar para uma virtuosa e consolidada indústria da realidade aumentada. O ensaio vai bem, mas a apresentação definitiva, sob as luzes do grande palco do mercado e do mainstream, ainda não parece totalmente pronta.
VR: essa então, nem se diga
Realidade Virtual, sem dúvida, encanta quem vive a experiência. Tira a gente do chão, provoca na gente uma experiência que nem a própria realidade consegue provocar, nos faz viajar sem sair do lugar, dando uma estranha sensação de não querer mais nos mover dali, quando estamos com os óculos no rosto.
Opa, óculos no rosto? Primeiro gargalo.
Ainda fica difícil nos imaginar andando pelas ruas usando óculos de VR no dia a dia. O que nos leva a entender que VR, no estágio atual de desenvolvimento, ainda fica restrita a ambientes controlados, atingindo pouca gente de cada vez, embora com um impacto inegavelmente embriagante.
Na apresentação Virtual Reality and The New Sales Experience, quem menos contribuiu ao debate foi o japa Victor Lee, da Hasbro, maior produtora de games infantis em 3D do mundo, responsável por blockbusters do setor. Mas foi dele a frase que parece ter melhor definido o estágio da VR enquanto indústria para negócios: “Como em toda nova tecnologia que aparece, a VR ainda passa por seu momento de teste. Empresas vão adotar primeiro, outras chegarão apenas depois”.
A mais pura verdade, mestre Lee. Conclusão basicona, mas definitiva para desenhar o momento da VR enquanto setor: fase de teste.
No entanto, no painel, que contou ainda com a presença como debatedores de Torsten Wingenter, head de digital innovatons da Lufthansa, e Eric Oliver, diretor de marketing digital da The North Face, coisas legais foram apresentadas.
Com seu indisfarçável inglês com sotaque alemão, o simpático Torsten nos mostrou como a Lufthansa usa hoje a VR para fazer as pessoas, potenciais passageiros, experimentarem tanto a experiência virtual de estar num voo da companhia, como se transportar para lugares paradisíacos nas rotas que a Lufthansa voa.
Eles têm óculos de VR em várias de suas lojas de passagens, em totens espalhados em shopping centers e até em lugares públicos, na rua mesmo. Muito legal esse uso. Sem dúvida, eficiente para destacar o grande benefício de voar em qualquer companhia aérea, o destino ao qual se deseja ir.
A The North Face faz uso semelhante, mas bastante mais radical, do mesmo princípio. No caso deles, como nos mostrou o Eric, são exibidos aos consumidores experiências virtuais no limite da adrenalina humana: saltos de paraquedas nas Montanhas Rochosas, voos de asa delta sobre mares revoltos, descidas de esquis em declives impossíveis, enfim, a sacada aqui está em levar as pessoas a viverem, ali sentadinhos nas lojas da empresa, as experiências que afinal andam procurando: vida radical outdoors.
De novo, um uso prático bastante efetivo e certamente encantador para seus clientes.
Isto dito, fica a premissa: VR/AR terão ainda muito a nos oferecer enquanto experiências inacreditavelmente surpreendentes. Torçamos para que junto venha no pacote uma indústria sustentável e prospera, para que tantas belezas da tecnologia não acabem como o Second Life.
Veja também
Como a mídia programática pode inovar a publicidade no rádio
Especialistas analisam a possibilidade de comprar espaços publicitários de forma automatizada no rádio tradicional e quais são as vantagens disso
Como a tecnologia pode impactar pequenos negócios
Por meio de aplicativos para celular, startups oferecem soluções para unir indústria, mercado varejista e consumidores