Paula Nader

Santander

Os cabelos com longos cachos e até uma tatuagem a diferem do estereótipo de mulher executiva que sempre atuou em grandes corporações do mercado financeiro. A diretora de marca e marketing do banco Santander, Paula Nader, 42 anos, já pensou até em um piercing, “mas ia ser demais”, confessa. Sua carreira começou em 1991, quando foi contratada pelo extinto Banco Nacional. “O convite aconteceu durante a apresentação do trabalho de conclusão da faculdade”. Unibanco e Bank Boston, ambos hoje sob o controle do Itaú, e posteriormente Real, comprado pelo próprio Santander, remontam a trajetória dessa profissional que também é articulista de Meio & Mensagem.
Formada em publicidade pela ESPM, Paula é casada, não tem filhos e diz que, mesmo trabalhando em um mercado dominado por homens, nunca sentiu preconceito por ser mulher. Mas admite que o progresso profissional feminino desacelera à medida em que se sobe na hierarquia. “Parte desta percepção reflete a escolha das mulheres, geralmente por áreas com remunerações menores”, acredita. A atuação no mercado de
marketing, geralmente com uma presença maior de mulheres, reforça um pouco desta sensação. Cerca de 80% da equipe de 50 pessoas lideradas hoje por Paula é feminina. “Mas, de um total de 60 diretores da companhia, temos só cinco mulheres”, compara.
Paula percebe que os períodos de ausência, entre uma gravidez e outra, por exemplo, tendem a retardar o avanço da carreira, mas raras vezes presenciou desistências em função de filhos. “O que conta é a cultura da empresa e a competência da pessoa”. Ainda assim, os preconceitos insistem em protagonizar momentos curiosos. “Vocês fizeram tudo isso sozinhas?”, perguntou um executivo, há alguns anos, ao final de uma apresentação em que Paula participava ao lado de uma colega. Hoje, bem mais branda, essa diferenciação reflete um mundo mais feminino.

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