Diretores e produtoras abrem seus baús
No Ciclope, em Berlim, foram dois dias intensos de palestras e demonstrações de tecnologia intercalados por festas das produtoras
No Ciclope, em Berlim, foram dois dias intensos de palestras e demonstrações de tecnologia intercalados por festas das produtoras
Meio & Mensagem
11 de novembro de 2015 - 8h23
Por Marcello Lima
Desde que se mudou para o belo Kino International na Karl Marx Alle, em Berlim, o Ciclope vem ganhando importância e os corações de seus participantes. Um festival dedicado inteiramente ao craft. E, que é um encontro quase íntimo das melhores produtoras do mercado europeu e porque não do mundo.
Dois dias intensos de palestras e demonstrações de tecnologia intercalados por festas das produtoras regadas a cervejas Berliner. Aqui a ideia é trocar informações, conhecer pessoas. O que de fato rola, pois todos estão mais próximos – não é um grande número de participantes. Ainda. São por volta de 300, 400 pessoas no Festival, mais a turminha das produtoras alemãs que fura a festa. E rapaz… Como teve festa. Almoço, happy-hour, festinha, after-party, after-after party. Sorte que o pessoal do Film Commission do Chile teve a sacada de botar cadeiras com massagistas onde podíamos relaxar com a cara no buraquinho assistindo paisagens chilenas em um tablet. E o cafezinho, água e suco era todo na-faixa.
Como todo o festival de publicidade, no Ciclope também temos as palestras de grandes nomes de agências mostrando filmes memoráveis – como foi o caso da Susan Hoffman ECD Global da Widden+Kennedy fazendo uma retrospectiva de seus anos na criação. Teve cliente importante. Stephen O’Kelly diretor de marketing da Guiness, também recapitulando sua trajetória. Mostrando a evolução do célebre posicionamento “Good Things Come for Those Who Wait” até o mais recente “Made of More”.
Muito se falou esse ano sobre VR (Virtual Reality). Enquanto toda uma sala no andar de baixo era dedicada a demonstrações dessas tecnologias de ponta, teve um painel no salão principal com representantes da parte de hardware, áudio, produção e pós-produção. Debatendo os desafios de se adaptar a produção de histórias totalmente imersivas, com câmeras 360 graus, narrativas interativas e todo um mundo novo de possibilidades que já existe e que rapidamente vai estar muito popular.
Mas o que cativou o povo do Kino International, acredito, foram os diretores e produtoras de áudio que dividiram com a plateia seu processo criativo. No primeiro dia a turma da Buma Music de Amsterdã contou sobre o case de Fífaro. Os brasileiros Jones+Tino da Stink abriram o baú de seu multipremiado Leica 100, mostrando ensaios de câmera, testes, erros, plantas-baixas, cenas cortadas, e uma edição só com as famosas fotos originais do filme. E para fechar em alta o grande (grande mesmo – ele deve ter 1,90) Dougal Wilson, diretor multipremiado da Blink de Londres, levou o público num passeio por seus cadernos de anotações, tratamentos, ensaios coreográficos e ‘crapamatics’ – animatics que são, na visão dele ao menos, uma crap. Dougal mostrou as entranhas de projetos célebres para John Lewis (Always a Woman e Monty, The Penguin), Lupark (Adventure Awaits), Ikea (Playin’ With My Friends) e o videoclipe de “Love Lost”, do Temper Trap.
Confesso que não fiquei para a premiação (confira aqui os vencedores). Não era o que me interessava. Talvez por eu não ter nada concorrendo. Preferi me tentar minha sorte num bom curywürst de rua. Ano que vem quero voltar. Sicher.
Marcello Lima é sócio e diretor de cena da Honey Bunny
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