Morre Daniel J. Edelman, pioneiro de RP

Felipe Turlao
15 de janeiro de 2013 - 3h41

Um dos pioneiros do mercado de relações públicas, Daniel J. Edelman morre aos 92 anos de idade. Ele foi vítima de uma insuficiência cardíaca na manhã desta terça-feira, 15, em Chicago.

Então divulgador de discos de jazz de nomes como Ella Fritzgerald e Mel Torme, Edelman alugou um pequeno escritório de RP em Chicago, em 1952, onde cuidava, ao lado de outros dois funcionários, da reputação das marcas Toni Company, hoje divisão da Gillette, e Sara Lee.

De lá para cá, a agência ganhou o mundo, passando a atuar na Europa nos anos 60, na Ásia ao final dos anos 1980, e no Brasil em 1997. Daniel e, posteriormente, seu filho Richard, a transformaram em uma empresa com 63 escritórios, 4500 funcionários e receitas de US$ 615 milhões em 2011, ficando à frente das concorrentes Fleishman-Hillard, do grupo Omnicom, Weber Shandwick, do Interpublic, MSL, do Publicis, Burson, do WPP e Ketchum, do Omnicom.

Outra história curiosa de Daniel Edelman: ele serviu o exército dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra, na frente de psychological warfare (divisão que planejava o uso da propaganda e outras ações psicológicas para influenciar opiniões e atitudes dos rivais). “Toda noite, ele precisava ouvir emissoras alemãs e interpretar o que a propaganda delas dizia sobre os Estados Unidos. E isso resultaria em mensagens contrárias atiradas por aviões”, afirmou seu filho Richard, em entrevista concedida ao Meio&Mensagem em agosto de 2012.

“Depois da guerra, ele foi trabalhar na CBS, em Nova York, onde era redator de notícias de rádio, também pela noite. No total, ele passou seis anos trabalhando no período noturno, quatro no exército e dois na CBS. Foi quando ele pensou que queria ter uma vida social e decidiu ir para o caminho de Relações Públicas e promover discos”, contou Richard.