Odete Roitman e a propaganda da época

Renato Rogenski
28 de janeiro de 2019 - 18h36

Odete Roitman: personagem histórico interpretado pela atriz Beatriz Segall (Crédito: Divulgação)

Há trinta anos uma pergunta ecoava em praticamente todos os cantos do país e se consolidava como um dos maiores suspenses da história da televisão brasileira: quem matou Odete Roitman? A expectativa em saber quem cometeu o crime na trama consagrou a novela Vale Tudo, da Rede Globo. Nesta segunda-feira, 28, o Canal Viva vai reprisar o episódio histórico. Entusiasmado com o fato, o público brasileiro passou a discutir o assunto nas redes sociais e alçou a hashtag #QuemMatouOdeteRoitman ao topo do Trending Topics do Twitter nacional.

Na época, o sucesso da trama gerou pelo menos três casos curiosos envolvendo o universo da propaganda.

O dia de amanhã
No Jornal da Tarde, que publicava o cronograma da novela, o episódio da morte da vilã estava previsto para o dia 23 de dezembro. No entanto, em virtude de um anúncio de meia página do CODISEG (Comitê de Divulgação Institucional do Seguro), publicado nos jornais O Globo e Jornal do Brasil, a cena da morte foi adiada para o dia seguinte. A peça mostrava uma imagem da atriz Beatriz Segall e a frase: “Faça seguro. A gente nunca sabe o dia de amanhã”.

Concurso da galinha
A marca de caldo de galinha Maggi, da Nestlé, criou um concurso para premiar os consumidores que acertassem o nome do assassino de Odete Roitman. Durante os intervalos da novela e outros programas da Globo, o apresentador César Filho anunciava a promoção na companhia da famosa galinha azul.

Foco na oportunidade
Quem disse que as ações de oportunidade nasceram na era das redes sociais? Já na época, algumas marcas surfaram no buzz da novela para chamar a atenção do público. Uma delas foi a Fotóptica. Um dos anúncios, publicados nos jornais da época, convoca o público a fotografar o assassino da trama.