Marisa Furtado
25 de outubro de 2012 - 5h14
Normalmente demoro de 45 minutos a uma hora para chegar em casa, depois do trabalho. Há 15 dias, quando foi desvelado o desfecho da Carminha, vilã da novela Avenida Brasil, experimentei o feito de sair da agência tipo 20h50 e chegar em casa 8 minutos depois das nove. Não acontecia nada. Não tinha trânsito na Faria Lima. Era só eu, os ônibus e uma São Paulo meio abandonada. Arnaldo Jabor fez um comentário muito legal dizendo que se mais de 80 MM de brasileiros assistiram a esta novela, ela não seria mais um retrato da nossa história, mas um pedaço dela. E, pelo vazio que estamos sentindo esta semana, pela falta de assunto e risadas na hora das frivolidades e de quebrar o mau humor, realmente é um momento histórico que passa do presente para a posteridade.
O viral hilário que circulou na web usando os personagens da trama como heads de área de uma agência, bombou. Adorei saber que o meu papel na Fábrica corresponderia a um meio termo entre Tufão e Carminha, entre o bem e mal, num dilema que nos afeta diariamente como publicitários, inerente a nossa profissão. Mas aquilo que nos divertiu na TV, nos preocupa na próxima década. Os diálogos sobrepostos no melhor estilo “muvuca” são uma metáfora para a nossa falta de timming e articulação frente aos grandes acontecimentos nos próximos tempos. Quem foi a Cannes neste ano, viu como uma organização de um evento esportivo global bem feita tem o poder de transformação social e mundial. É “só” isso, além de tocar a nossa vidinha, que teremos que fazer, por duas vezes, sem falar na Copa das Confederações e na Cruzada Jovem 2013.
A novela acabou, 2012 está acabando e em 2013 começa mais que um ano: começa uma década que exigirá muito trabalho, empenho e dedicação de cada brasileiro, morador dos Divinos ou das Zonas Sul. A definição do 2º turno destas eleições é um dos pontapés iniciais do novo Lego político que vai mandar em pelo menos metade desta brincadeira. Então, o Brasil que vimos na novela, tem que rolar na prática, porque o cenário promete, promete, mas ainda está muito mais para sinal de fumaça. Deixando os “senões” de lado, porque a fé em si é a religião do empreendedor, já passou da hora de acelerar e realmente investir. Tem uma Avenida Brasil para ser percorrida, para que a gente possa, finalmente, lacrar o lixão.
Marisa Furtado é sócia, vice-presidente e diretora da área de inovação da Fábrica Comunicação Dirigida
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