Grey reformula operação no Brasil
Agência promove alterações no board, aumenta sinergia com a AKQA e ganha apoio da WPP Media Services
Agência promove alterações no board, aumenta sinergia com a AKQA e ganha apoio da WPP Media Services
Renato Rogenski
15 de março de 2021 - 11h38
A Grey Brasil faz suas primeiras reformulações após o WPP anunciar, ao final de 2020, a fusão global da rede com a AKQA, dando origem ao Grupo AKQA. O movimento principal deste redesenho é a chegada de João Caetano Brasil como diretor executivo de criação. Ele ocupava a mesma posição na EnergyBBDO São Paulo e na casa nova substitui Rodrigo Tortima, que atuava na empresa desde 2019 e acaba de se desligar.
Entretanto, João Caetano passa a liderar a área de criação, já que também está de saída o até então CCO e copresidente Max Geraldo, que prepara sua mudança do Brasil para trabalhar em uma agência internacional, cujos detalhes não foram revelados. Com isso, a CEO Luciana Rodrigues concentra a presidência da Grey Brasil.
Caetano irá ainda participar do novo creative council do Grupo AKQA, onde também estão os CCOs globais da AKQA, Hugo Veiga e Diego Machado, que lançaram a marca da boutique criativa no Brasil em 2014. Dentro desse conselho, João chega com o papel de trabalhar a aproximação das culturas criativas de ambas as agências, preparando terreno para uma possível união de estruturas, sinalizada globalmente pelo WPP, embora ainda seja desconhecida a maneira como esse processo se dará no Brasil.
Histórico de fusões
A missão não é tão fácil, pois as duas empresas têm culturas muito diferentes no mercado local: a AKQA não trabalha com compra de mídia e atende por projetos a clientes como Netflix, Nike e Google, enquanto a Grey tem receita baseada em compra de mídia e é bastante dependente de seu maior cliente, a P&G, do qual atende as marcas Gillette, Panetene, Aussie e Downy.
As últimas grandes fusões realizadas pela holding inglesa dão pistas de que o caminho estratégico que se desenha está focado em modelos mais novos de agência, com maior background digital. Pelo menos foi o que aconteceu em 2018, com Y&R e VML, que se uniram na VMLY&R, liderada pelo CEO Jon Cook, antes CEO da VML; e também com J. Walter Thompson e Wunderman, unidas na Wunderman Thompson, comandada globalmente por Mel Edwards, egresso da Wunderman. No Brasil, tanto VMLY&R quanto Wunderman Thompson também ficaram sob a liderança dos principais executivos das operações mais digitais, respectivamente, Pedro Reiss e Fernando Taralli. A mesma lógica ocorre na fusão entre Grey e AKQA, que envolve seis mil funcionários em 50 países e é liderada pelo fundador da AKQA, Ajaz Ahmed.
Hub de mídia
Outra mudança importante na forma de atuar da Grey está relacionada com a área de mídia, que agora, assim como outras agências do WPP no Brasil, será apoiada pela WPP Media Services, projeto criado pela WPP Brasil para dar aos clientes acesso às ferramentas globais de inteligência e estratégia de mídia do grupo. O novo braço tem como objetivo conectar as equipes de mídia das agências locais ao Group M, integrante da holding e maior rede de agências de mídia do mundo.
O objetivo é disseminar no País visões e metodologias data-driven e orientadas a resultado de negócios, no mesmo patamar em que atua globalmente. A operação brasileira da WPP Media Services está sob liderança de Paula Puppi, chief transformation officer da WPP. O WMS também tem Carol Buzetto como media lead, que lidera na função as áreas de mídia da Grey e da Fbiz, também integrante do WPP.
Ainda sob o ponto de vista de pessoas, na área de estratégia a novidade da Grey é a promoção de Mariana Pagano, há cinco anos na agência, e que agora assume a posição de head de estratégia e dados. Na nova composição do board, além de Luciana, João Caetano e Mariana, estão a diretora geral, Maria Pirajá, e a diretora financeira, Katherine Matsumura. Como media lead da WPP Media Services, Carol Buzetto também integra o board da Grey.
*Credito da imagem de topo: audioundwerbung/iStock
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