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A origem do amor como ideal romântico e o fim do romance nos tempos de hoje

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Ponto de vista

A origem do amor como ideal romântico e o fim do romance nos tempos de hoje


2 de maio de 2012 - 2h51

Foi numa retrospectiva histórica sobre a “história de amor”, que o Prof. Mckee – mestre dos roteiristas de Hollywood – explicou em sua aula a perda do sentido do amor no cotidiano contemporâneo.

Imagine que estamos na Europa do sec. XIII. Nada muito civilizado ou limpo. Todos carregavam armas. Mulheres não saíam durante a noite sem escolta, pois seriam logicamente atacadas e estupradas. Acredite, era um lance cultural. Surge então um movimento de cavaleiros e trovadores questionando toda uma sociedade com ideais extremamente revolucionários, como: amor é algo elevado e por isso enobrece o homem que ama. Esse amor elevado tem belos rituais de cortejo, ou seja, nada a ver com estupro.

Esses pensamentos influenciaram toda uma sociedade que aos poucos começou a perseguir um novo ideal. E assim começamos a cortejar as mulheres. Os românticos embarcaram nessa onda e evoluíram a idéia agregando outros conceitos como o "amor à primeira vista", o "almas gêmeas" e a fusão do homem e da mulher e um só.

Até que no sec. XX… love was in the air. O século mais romântico da história ia de vento em popa com suas histórias, músicas, filmes, cultura pop, bailes, galanteio, flores, cavalheirismo. Mas apesar de tantos ideais belos, a sociedade ainda era machista e desrespeitosa com as mulheres em termos práticos. Enfim, nos anos 60/70, surge um novo e importante movimento revolucionário, dessa vez encabeçado pelas mulheres: o feminismo. Uma importante evolução social, que teve que pagar um preço: o fim do romantismo. A mulher agora é independente e isso tornou o homem vulnerável, pois agora compete com ela de igual para igual. Ele não é mais a fortaleza que a protege e pode facilmente perder pra ela. O ideal romântico deixa de fazer sentido nesse novo cotidiano. 

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Se notarmos os filmes de amor contemporâneos, veremos que eles costumam ser ambientados no passado (Titanic, Paciente Inlgês, Pontes de Madison). Segundo o Mestre Mckee, isso faz toda a diferença para a audiência que entende que aquela história aconteceu na época em que "as pessoas eram românticas”.

Não concorda? Então imagine uma história romântica nos dias de hoje. Um jovem tímido que se apaixona por uma colega de trabalho e passa noites febris apaixonado. Enfim, ele decide enviar-lhe um poema com flores, como um admirador secreto, abrindo sua alma em poemas que a idolatram. O que essa mulher faria? Provavelmente, responde o próprio professor, ligaria pra polícia com medo de estar sendo perseguida por um stalker ou psicopata.

Mas calma, nem tudo está perdido para quem sonha escondido com amor romântico, poesia e flores. O contraponto de esperança é saber que tudo na sociedade é cíclico. Investigando o assunto com professores de pré-adolescentes vi sinais aparentemente na contramão dos rumos ditados pelo mestre de Holywood. Uma nova geração que está indo além do "ficar". Que se apaixona e sofre por amor.

É bem provável que essa geração evolua a visão sobre o amor e o feminismo. Algo menos radical, um meio termo que permita que homens e mulheres se complementem e não necessariamente compitam, mas que mantenha e amplie as conquistas sociais femininas para lugares menos "desenvolvidos" que ainda precisam evoluir muito com relação a isso. 

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