Meio & Mensagem
22 de agosto de 2013 - 11h17
O modelo de gestão adotado pelo atual presidente da Fundação Padre Anchieta, controladora da TV Cultura, Sr. Marcos Mendonça, é de corar calouro do curso de administração de empresas. Estimulado, não se sabe por que ou por quem, a contar as mazelas financeiras da empresa, a estampa e o discurso do Sr. Mendonça se tornaram freqüentes na imprensa paulista.
Nos últimos anos, sob a gestão do Sr. João Sayad, a TV Cultura ocupou lugar de destaque no cenário mono tônico da programação da TV nacional. Orientada por recuperar o prestígio da emissora, que outrora foi vida inteligente no dial televisivo, a administração do Sr. Sayad resgatou a respeitabilidade da emissora pública que voltou à pauta das conversas graças à qualidade dos conteúdos exibidos.
O modelo de financiamento da TV Cultura é de conhecimento de todos e a eventual carência de recursos para manter sua estrutura capaz de competir com a concorrência privada também. Ou seja, a dotação de verba do estado de São Paulo é, mais que uma necessidade, uma obrigação e o idealizado superávit é uma situação anacrônica no espectro das iniciativas públicas.
Não reclamamos dos serviços de saúde pública por causa dos recursos que estes consomem. Reclamamos dos serviços quando esses não nos atendem e se conhecemos os gastos podemos considerá-los incompatíveis com os investimentos feitos. A mesma lógica se aplica à TV Cultura. Não reclamamos do serviço de informação, entretenimento e cultura oferecidos pela emissora, portanto seus custos e rombos ao Estado são prerrogativa exclusiva da gestão.
Ao socializar a informação sobre os problemas financeiros enfrentados pela TV Cultura o atual presidente procura justificar, de maneira pseudo democrática, suas medidas de cunho exclusivamente político, desprovidas de critérios técnicos e que colocam a emissora novamente no limbo.
Semanalmente tomamos conhecimento de uma nova demissão, voluntária ou não, de profissionais de excelente qualidade protagonistas da recuperação da TV Cultura perante aos olhos dos contribuintes paulistas. Esses, em suma, são os únicos prejudicados pela destruição voluntariosa adotada pela gestão do Sr. Mendonça, mais preocupado em alardear balanços do que fazer televisão.
Dessa maneira a TV Cultura saiu da pauta dos segundos cadernos e entrou na pauta de política, único ambiente em que figurinhas carimbadas como a do atual presidente conseguem sobreviver por estarem mais afeitos às fofocas, às intrigas e aos conchavos do que com a construção de um modelo de financiamento público criativo capaz de suprir a sociedade de um bem tão precioso quanto a informação.
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