ProXXIma
2 de abril de 2014 - 3h03
POR ISABELLA LESSA
ilessa@grupomm.com.br
Foto: Mário Henrique
O que um festival de uma pequena cidade texana pode sinalizar aos gestores de marcas e agências? Qual a dimensão dos insights que pode provocar? Como lidar com as tendências e realidades apresentadas em doses cavalares nos cinco dias de evento? Durante a mais recente edição do ProXXIma Pocket, realizada na terça-feira, 1, em São Paulo, essas questões foram abordadas sob quatro diferentes pontos de vista: Pyr Marcondes, diretor geral da Plataforma ProXXIma, Marcelo Tripoli, CEO da SapientNitro e Carlos Borges, vice-presidente da agência, destacaram, individualmente, o que de mais interessante viram no South by Southwest deste ano. Para completar a roda, Tiago Pinto, diretor sênior de marketing da Pepsico/Gatorade, trouxe sua visão do lado dos anunciantes a respeito do grandioso evento de Austin, no Texas.
A proposta do encontro foi trazer, a partir das experiências singulares de cada um dos executivos no SXSW, uma reflexão sobre o atual cenário da comunicação. Afinal, mais do que antecipar tendências, o evento norte-americano envolve o público de 80 mil pessoas com os temas atuais mais quentes em um pacote único e personalizado para cada pessoa. Um ponto em comum entre todos foi a sensação de perplexidade depois de frequentar palestras e andar pelas ruas da cidade. “Saímos de lá com a impressão de que não sabemos de nada”, conta Marcondes, que selecionou as tecnologias que mais chamaram sua atenção, como a ascensão dos robôs, o uso de chips no corpo e roupas conectadas.
Para Tripoli, os engenheiros de software são os próximos rockstars. Em suas andanças pelo evento, pôde ver de perto e até experimentar gadgets tecnológicos como o Myo, da Thalmic Labs, um bracelete com tecnologia Bluetooth que permite o controle de gestos por meio da atividade muscular e um equipamento da IBM que montou inúmeras receitas graças a algoritmos. “Tenho certeza de que alguns estão duvidando se isso irá acontecer ou não. Mas isso é o hoje”, afirma Borges. “Se insistirmos em tratar essas novidades como tendências, estamos perdendo a oportunidade de aproveitar isso em nossas empresas”, alerta.
Se em tecnologia o festival impressionou pelo frescor das novidades, o conteúdo destinado a profissionais de comunicação não animou muito. “As palestras ligadas ao mercado foram as que mais me frustraram”, revela Borges.O executivo considerou baixo o número de inscritos brasileiros no festival. “Devia ter uns 300, no máximo”. Mais do que isso, sentiu a falta de anunciantes no evento. “A grande maioria não era cliente, mas gente de agências e profissionais independentes. Espero que depois desse papo a gente consiga reverter um pouco”.
Mas Tiago Pinto, responsável pelo marketing de Gatorade e H2O da Pepsico, foi um dos profissionais de marca que embarcou no SXSW em busca de inspiração e de insights para inovar na comunicação com os consumidores. “Não vi nada de comunicação e nada de marketing. Ainda assim foi sensacional, o festival abriu minha cabeça”. Pyr concorda: “o festival está no campo das ideias. É para se inspirar como pessoa e como profissional”.
Mas como aproveitar essas informações para os negócios? Diante desse momento de transição para o mercado, Tripoli chamou a atenção para o fato é preciso reprogramar a maneira de se pensar a comunicação. “A capacidade de execução é o que conta, temos que criar mundos para as marcas”. Na mesma linha, Borges reitera a importância de big data para o cotidiano das marcas. Especificamente no Brasil, Tripoli destaca que há poucos cases feitos para mobile, sendo que uma pesquisa da Millward Brown mostra que hoje, o celular é a primeira tela dos brasileiros. Não dá mais para continuar trabalhando como na época de Mad Men.
A cobertura do SXSW 2014 conta com patrocínio de: