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Guilherme Gomide, da Agência CASA: ‘Testei e conversei com o Google Glass’
Por Guilherme Gomide, CEO da Agência CASA, e Patrice Lamiral, diretor de estratégia da JWT, agências do grupo WPP
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25 de abril de 2013 - 5h16
Nosso grupo de agências realiza periodicamente um encontro de três dias com as lideranças digitais dos diferentes cantos do mundo para intercâmbio de experiências e de conteúdo. Desta vez reunimos 30 pessoas de mais de 10 agências em San Francisco, e em um dos dias deste evento, visitamos as sedes do Facebook e do Google, no Silicon Valley. Também estivemos com time do Linkedin e Twitter.
Foram dois os destaques da quarta-feira, 24. Em primeiro lugar, o roadmap e a atmosfera do Facebook, a evolução que está por vir no produto e nos formatos publicitários continuam em ritmo desenfreado. Sua atmosfera ainda empreendedora, espírito de startup, apesar do aparente gigantismo, contrastou com a imagem "big corporation" do Google. Infelizmente, os acordos de confidencialidade não me permitem entrar em mais detalhes.
E no Google, o ponto mais esperado da agenda foi a demonstração do Google Glass, aquele óculos que tem como objetivo substituir o seu smartphone, ou melhor, a interface dele, inserindo tecnologia de uma maneira mais simples e fácil no seu dia-a-dia. Foi assim que o responsável pelos eventos internos do Google descreveu o produto, aliás, ele tinha começado a usar naquele dia. A explicação não foi nada técnica, pois quem demonstrou não foi um engenheiro. De uma forma divertida, ele contou as primeiras experiências, circulou o produto pela sala, e deixou alguns de nós "vestirmos" e "falarmos" com o Google Glass.
Google Glass. Por Guilherme Gomide:
Trata-se de uma confortável e leve armação de óculos, com um pedaço de plástico e um touchpad quase imperceptível do lado direito. O óculos liga com uma leve balançada na cabeça, o que pode parecer estranho (ou divertido) para quem te observa na rua. Ele responde a comandos de voz, aonde o inicio é sempre: OK, Glass…. como se você tivesse falando "presta atenção".
O mais impressionante, além da leveza e simplicidade do hardware, foi a experiência com a micro tela, que aparece "no canto do seu olho". Para mim o que o surpreendeu foi a boa visibilidade aliada ao conforto de não atrapalhar sua visão do mundo real. Em poucos segundos já me acostumei a algo quase dentro do meu olho.
O som do Glass é quase imperceptível para quem não está usando, e pelo que explicaram aqui, ele chega aos nossos ouvidos pela proximidade com o osso do crânio. Coisa de louco. Parece papo de cientista maluco, mas funciona muito bem.
OK Glass. Google Do I need an umbrella tomorrow? E ele traz uma tela com o resultado de busca do Google, a previsão do tempo, e responde em alto e bom tom: Não precisa não, amanhã não vai chover aqui em Mountain View.
Em resumo, eu compraria e usaria se tivesse a oportunidade. Nos próximos meses, 10 mil pessoas selecionadas pelo Google poderão comprar o produto, e o testarão por um longo período. Dentre desse total, duas mil pessoas são desenvolvedores que participaram do Google I/O no ano passado.
Google Glass. Por Patrice Lamiral:
Comando por voz pode ser o futuro, mas me pareceu mais simples e intuitivo utilizar os comandos gestuais no próprio device. Assim, como no Siri, é legal testar os comandos de voz, mas no dia a dia você acaba esquecendo.
A função ‘Get directions’ foi a funcionalidade que mais me impressionou no teste. "Ok Glass, get directions to San Francisco". Na hora a pequena tela torna-se o seu GPS com a indicação da direção que você precisa tomar para chegar ao seu destino. Sensacional. Além disso, tem a função ‘Take a Picture’. "Ok Glass, take a picture". Em um segundo e você vê a telinha piscando e trazendo a foto com uma nitidez incrível.
Conclusão
Uma das propostas do Google Glass é a de deixar a tecnologia mais integrada, invisível e natural. Nesse primeiro teste posso garantir que ela tem tudo para se tornar integrada e natural. Invisível nem tanto. Agora, quando começamos a usar óculos as pessoas seguramente estranharam, hoje é normal. Talvez aconteça o mesmo com o Glass. Só o tempo dirá. As funcionalidades atuais são muito simples e com o tempo veremos muitas outras utilidades e evoluções no design. Resumindo: eu usaria.
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