Google e publishers miram em redes sociais

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Google e publishers miram em redes sociais

O First Draft Coalition, projeto que visa auxiliar jornalistas a lidar com conteúdo produzido por usuários, lança site


24 de novembro de 2015 - 4h47

Nesta segunda-feira, 23, foi lançado site do First Draft Coalition, projeto anunciado pelo Google News Lab, em parceria com outras oito instituições.

O objetivo do First Draft Coalition é orientar redações e veículos de mídia de todo o mundo sobre como reunir, verificar e comunicar notícias a partir de conteúdo gerado por usuários.

O site do projeto oferece artigos, estudos de caso, ferramentas e análises de comportamentos positivos na apuração, produção e publicação de notícias envolvendo conteúdo de redes sociais.

Além de ajudar o jornalista a entender melhor algumas técnicas de verificação, investigações e ética, o projeto se propõe a discutir dúvidas que surgem no dia a dia das redações. Os parceiros de Google News Lab no projeto são Bellingcat, Eyewitness Media Hub, Emergent, Meedan, Reported.ly, Storyful, Dig Deeper e Verification Junkie.

O Google e os publishers

Em entrevista para o jornal Meio & Mensagem, Jason Washing, diretor de parcerias estratégias de Google, fala sobre como são realizadas as parcerias com publishers e sobre a relação da plataforma com as mídias sociais.

Meio & Mensagem — Como funcionam as parcerias do Google com os publishers mundo afora?
Jason Washing — Gastamos muito tempo pensando sobre nosso papel nesse sentido nos últimos anos. As percepções variam conforme o lugar e o ciclo de vida em que aquela empresa jornalística está — particularmente na área digital, mas também em outras partes de seus negócios. No decorrer dos últimos cinco anos, fizemos diversas coisas dentro da empresa para qualificar holisticamente nossa interface com a indústria de conteúdo. Hoje temos mais equipes focadas no que está ocorrendo nesse negócio especificamente do que em qualquer outra época do Google, e isso acaba atravessando outras áreas da empresa, como engenharia e produtos, para trazer proposições valorosas e mais coesas para o mercado. No passado, um monte de empresas via o Google como uma empresa de buscas que tinha o Ad Sense e ajudava a monetizar a parte menos valiosa do inventário de anúncios… Mas trabalhamos muito duro para entendermos nós mesmos, apesar da recepção sobre o que éramos, vendo que tínhamos tantas outras partes do nosso negócio que poderiam ajudar a valorizar as redações. Hoje temos parcerias muito fortes e crescentes com empresas como New York Times, Washington Post e Gannet, que é uma das maiores companhias de mídia local dos Estados Unidos, entre diversos outros acordos similares. Essas parcerias vão tão mais além que qualquer coisa puramente relacionada à search, têm muito mais a ver com o que podemos fazer de mais crítico para colaborar, hoje, para direcionar tráfego a esses sites.

M&M — Quais seriam essas ferramentas?
Jason — Hoje temos o novo aplicativo Stand, um agregador de notícias, e quase todo publisher parceiro nos EUA está direcionando conteúdo a seus usuários por essa plataforma. Tornou-se uma forte fonte de interatividade, dando a esses parceiros um novo canal para se comunicar com seu público e distribuir conteúdo. Temos feito muitas coisas nas plataformas de pesquisa de consumo, outro mecanismo para monetizar tráfego que vai ao seu website que não passa por propaganda — o usuário vem por meio de uma página que é um questionário regular e rápido sobre hábito de consumo, e isso desbloqueia o conteúdo que quer ler. Recentemente também lançamos a plataforma AMP, um projeto global e open source que significa Accelerate Mobile Pages. O tempo de carregamento das páginas nos dispositivos móveis é um problema crítico para manter sua audiência. Com uma experiência ruim, a incidência de pessoas que abandonam aquela página aumenta de forma alarmante. Esse projeto visa garantir que os publishers segurem sua audiência e ela até cresça no ambiente mobile. Os primeiros estágios estão sendo apresentados agora com um grupo de desenvolvedores parceiros dos Estados Unidos, da Europa e daqui. Por meio de iniciativas assim mostramos, em termos muito quantificáveis, um nível de compromisso com a indústria, garantindo que jornalismo de alta qualidade e relevante e redações muito produtivas sigam prosperando.

M&M — Apesar de boa parte do tráfego de internet ainda passar por ferramentas do Google, cresce a cada dia o índice de usuários que se conectam às mídias sociais e de lá não saem. Algumas delas têm lançado produtos de conteúdo para tentar reter ainda mais essa audiência. Como vê esse movimento?
Jason — Mídias sociais são, hoje, um importante canal para os veículos e entidades noticiosas em termos de atrair audiência para seus web sites, talvez maior do que qualquer outra. Se você olhar pelo mundo, muitos publishers têm conseguido mais de 50% de seu tráfego de plataformas sociais. Então, certamente todos precisam ter uma estratégia social muito forte. Não importa se sua base de usuários está no Twitter, no Facebook ou no Pinterest, todos são importantes e precisam ser pensados da mesma forma que ferramentas de busca, por exemplo. Os veículos devem alocar pessoas e investimento para essa área, pois é um comportamento no qual não vejo mudança alguma no futuro próximo. Como Google, nós temos prestado atenção no que os consumidores pedem e, às vezes, querem mesmo navegar num ambiente mais restrito ou onde essa atividade social é mais emparedada, mas também sentimos que, de modo geral, apreciam a oportunidade de navegar a web de modo mais aberto, e queremos facilitar esse tipo de experiência, não importa se ela aconteça a partir da recomendação de amigos e colegas, busca espontânea ou pela lista de favoritos. Acho que ambos os comportamentos vão sobreviver e essa é a realidade que nossos veículos parceiros devem se inserir, com nosso apoio.

A íntegra desta entrevista está publicada na edição 1687, de 23 de novembro, exclusivamente para assinantes do Meio & Mensagem, disponível nas versões impressa e para tablets iOS e Android

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