Privacidade digital: saiu da Casa Branca o ?go ahead? para internauta ver
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Marisa Furtado
27 de fevereiro de 2012 - 8h00
Acabamos de receber um comunicado importante de Lawrence Kimmel, CEO da Direct Marketing Association – DMA USA, em que ele anuncia uma grande vitória da indústria americana (e porque não dizer mundial?) de comunicação: a Casa Branca aprovou a auto-regulamentação para as questões da privacidade digital. Considerando que nas últimas décadas a privacidade em outros canais foi resolvida na base nada democrática das leis conhecidas como os “DO-NOTs”, é um tremendo avanço. Foi uma batalha que durou mais de 4 anos e meio!!!
Para diversos países, inclusive para o Brasil, isso também é muito bom. Já é neste caminho que nossas instituições vêm trabalhando em Brasília há alguns anos e isso dá mais força para a atuação de uma indústria unida, independente e respeitosa no mundo digital. Essa decisão também demonstra a revisão necessária dos trâmites legais que circundam esse novo relacionamento empresa-consumidor. É muita exceção para pouca regra. E vai demorar séculos para que tudo vire matéria legal! Se um princípio de “combinados” construídos pelo bom senso começam a tomar corpo, tendo os USA (sempre eles…) como porta-voz, as empresas, agências, parceiros de TI etc. etc. podem se sentir mais aliviados.
Mas o que ainda deixa a gente intrigado é a “outra parte”. Quando o consumidor vai se tornar uma única “persona” em relação a privacidade na plataforma digital? Sim, porque na hora que se sente invadido”, ele grita. Mas quando deseja invadir a privacidade alheira, são horas e horas curtindo. Com esse vício, vem uma mudança profunda no conceito de privacidade. Aliás, pelo que estamos vendo, ninguém mais quer privacidade. Bom mesmo é “escancarar” cada segundo da sua vida para quem quiser entrar. E nessa festa da cocada preta, internautas, corporações, juristas e estudiosos do comportamento vão demorar para encontrar um consenso. Uns querem a privacidade, outros a “escancaracidade”. E daí já não faltam as derrapadas e novas teorias.
Também no fim de fevereiro, foi divulgada uma pesquisa do Jornal da Psicologia Aplicada nos USA, defendendo que é possível prever o desempenho de um funcionário por sua movimentação no Facebook. Num futuro breve, isso pode sugerir que a área de RH passe a ter trânsito livre nos perfis de seus funcionários nas redes sociais. Isso seria invasão de privacidade? Ou será que em nome da redução de custos nos processos de seleção vai se tornar aceitável que o mundo corporativo espie oficialmente a vida pessoal? Tem o lado ruim, sim, censura, China e tal. Mas veja pelo lado bom também, em outras situações. Por exemplo, já pensou quanto dinheiro no INSS deixaria de ir para o ralo, dependendo de como a questão da privacidade for encarada? Afinal, quantos milhões de oportunistas na vida real pedem o benefício de afastamento por motivo de saúde e, na vida digital, estiveram no carnaval em fotos animadíssimas na balada, com cervejinha na mão? Os preceitos da autorregulação da privacidade digital devem blindar tudo, 100%, de um lado só? Well… very difficult, Alice!
Marisa Furtado é sócia, vice-presidente e diretora de criação da Fábrica Comunicação Dirigida
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