Em meio a banimentos, TikTok tenta convencer mercado de que app é seguro

Meio & Mensagem
17 de março de 2023 - 12h34

Com informações do AdAge

(Crédito: FrimuFilms/Shutterstock)

Por questões de segurança, o governo do Reino Unido decidiu, na quinta-feira, 16, banir o uso de TikTok em telefones do governo. Na sexta-feira, 17, foi a vez de a Nova Zelândia comunicar a decisão, também adotada por Bélgica, Canadá, Estados Unidos e Índia.

A medida foi tomada, segundo os países, para reforçar a segurança cibernética de ministros e funcionários públicos. Eles alegam que a ByteDance, dona do TikTok, estaria repassando dados de usuários para o governo chinês – o que a companhia nega.

Também na semana passada, os EUA pediram que a companhia venda suas ações, pois, caso não o faça, o app pode ser banido no país. A liderança do TikTok está discutindo a possibilidade de se separar do ByteDance Ltd.

Executivos da empresa estão concentrando esforços para comprovar que a plataforma de vídeos é segura não somente para o governo, mas para as marcas e agências.

Como a crise impacta o mercado publicitário

Nas últimas semanas, o TikTok tem se encontrado com lideranças da indústria para convencê-los de que a plataforma não será banida em território norte-americano.

Ao Ad Age, um executivo de mídia de uma grande agência disse que a plataforma será banida até o final deste ano. “O interessante é que sob uma perspectiva de mídia e vendas, o TikTok está dizendo aos clientes que não será banido, para manter a calma e seguir em frente. É difícil acreditar que eles vão apaziguar os EUA ou qualquer outro governo”.

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Em fevereiro, o TikTok promoveu um evento em Nova York com dezenas de lideranças publicitárias, segundo executivos de agências que lá estiveram. O “Beyond Brand Safety” ocorreu no escritório da empresa na Times Square e o CEO não estava presente, mas o presidente de global business solutions, Blake Chandlee, participou do encontro.

Para muitas marcas e agências, o banimento do TikTok parece improvável. Mas o app está, sem dúvida, numa crise existencial com o governo norte-americano. A ByteDance é chinesa e isso leva a uma nova onda de receios sobre como a companhia lida com dados, algoritmos, de que maneira influencia adolescentes, entre outros fatores.

O congresso dos EUA deu autorização para banir o TikTok e, na semana que vem, o CEO Show Zi Chew comparecerá ao congresso para tentar convencer o governo de que o app não é uma ferramenta de espionagem.

As questões do TikTok em torno de segurança de dados afetam diretamente o mundo publicitário. As marcas têm sido cautelosas em não atrelar suas operações com o TikTok, dizem lideranças de agências, mesmo que isso signifique obter menos dados sobre os consumidores a partir da plataforma.

Essa é uma má notícia para os negócios do app chinês, já que quanto menos as marcas recorram à plataforma para rastrear vendas, estarão cada vez menos propensar a investir no app. O TikTok está crescendo depressa e deve atingir US$ 14,15 bilhões em receita publicitária neste ano – mais que os US$ 9,9 bilhões de 2022, aponta o Insider Intelligence.