Gugu: “O apresentador sempre terá seu lugar na TV”
Prestes a estrear no Power Couple, Liberato analisa os desafios da TV aberta e vê o streaming como a grande revolução do conteúdo
Gugu: “O apresentador sempre terá seu lugar na TV”
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Bárbara Sacchitiello
24 de abril de 2018 - 14h19
Com mais de 30 anos de carreira na TV aberta, são poucos os formatos de programa que não foram experimentados por Gugu Liberato. Nesta terça-feira, 24, no entanto, o apresentador encara uma novidade ao comandar, pela primeira vez, um reality show.
Escolhido pela Record para comandar a nova temporada do Power Couple Brasil, competição que coloca à prova as afinidades e habilidades de casais, Gugu veio se preparando para lidar não apenas com um novo formato, mas com os seres humanos. “Estou me preparando para lidar com pessoas que podem ter reações diversas diante de provas, desafios e o dia a dia da convivência”, diz o apresentador, em entrevista ao Meio & Mensagem.
Na Record desde 2009 – tendo passado, desde então, alguns períodos fora do ar – o apresentador reconhece as transformações pelas quais o consumo de mídia vem passando. Apesar disso, ainda vê um lugar garantido para pessoas como ele, que têm a missão de conectar o ambiente de um palco com quem está do outro lado da telinha. “Acho que a figura do apresentador ou animador sempre terá seu lugar assegurado na TV”, declara.
Nesta entrevista, Gugu também fala sobre os desafios atuais da TV aberta e conta os projetos da GGP, produtora da qual é sócio – e com a qual, inclusive, já realizou projetos de coprodução para a própria Record e outros canais. Confira:Meio & Mensagem: De maneira geral, quais são os maiores desafios que a TV aberta possui atualmente?
Gugu Liberato: Estamos vivendo nos últimos anos uma grande revolução na televisão, muito por conta das novas mídias. Sabemos que as pessoas querem ver seus programas preferidos quando e onde quiserem. Dessa forma, acredito que a TV aberta deverá exibir cada vez mais eventos ao vivo e interativos que possam envolver os telespectadores através da internet e aplicativos do telefone. Hoje em dia todos querem participar de alguma forma do conteúdo. Além disso, o jornalismo ganhará ainda mais importância na programação. O mesmo com o esporte. Veja as grandes audiências como o Superbowl e a Copa do Mundo que sempre colocam milhões de telespectadores na frente da TV.
M&M: Que tipo de dinâmica você acha que as redes sociais e a internet trouxeram para a televisão?Gugu: Hoje, tanto as redes sociais como a internet são parceiras da TV aberta. Vejo com ótimos olhos essa interação que deve ser cada vez mais consistente. A “segunda tela” veio para ficar.
M&M: Como vê o desafio de conduzir um reality show? Acredita que o formato é muito diferente das demais experiências que você já teve na televisão?
Gugu: De fato será um grande desafio para mim que nunca apresentei um reality. Estou me preparando para lidar com pessoas que podem ter reações diversas diante da provas, desafios e o dia a dia da convivência. O Power Couple é um programa que se aprofunda nas relações dos casais e questiona constantemente o quanto cada um confia nos potenciais e conhece os limites do outro.
M&M : Na função de apresentador de programa de auditório, você era a figura responsável por dar ritmo e estilo ao programa. Agora, no reality, sua posição será mais a de ordenar a disputa dos participantes. Como vê essa mudança?
Gugu: Estou deixando de lado o “animador” para ser mais “apresentador”. Em outras experiências, como por exemplo o programa Cidade contra Cidade (atração exibida nos anos de 1988 e 1989, pelo SBT), exercitei bastante este outro lado. E uma novidade nesta temporada será também a presença da plateia nos programas ao vivo. De maneira geral, acho que a figura do apresentador ou animador sempre terá seu lugar assegurado na TV. Existem formatos que não podem ser realizados sem um apresentador ou apresentadora.
M&M: Alguns apresentadores de TV aberta começaram a criar canais no YouTube e outros perfis nas redes sociais para se comunicar com uma nova audiência. Você pensa em criar um canal digital?
Gugu: Acho válido ter um canal no YouTube, mas eu só faria conteúdo para a internet se tivesse um material extraordinário. O que se vê é muita gente fazendo canal, mas poucos de fato atingindo números expressivos de visualizações. Mais do que redes sociais, quero ressaltar que a grande revolução desta década está sendo o crescimento do streaming. Netflix, Amazon e muitos gigantes do setor estão vindo com força total e isso irá forçar o mercado a criar mecanismos que acompanhem essa tendência, tanto na área artística como na área comercial.
M&M: Além do trabalho na Record, você também possui sua produtora, a GGP. Como está esse trabalho?
Gugu: A GGP é uma produtora de conteúdos já consolidada no mercado, com produções realizadas para a Record, Gazeta e SBT, etc. Somos parceiros potenciais para novos projetos áudio visuais e paralelamente nossos estúdios são locados e utilizados pelas produtoras para comerciais e cinema. No futuro queremos entregar programas prontos para as emissoras, como já acontece hoje no mercado.
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