Abraji discute Branded Content em seu congresso
Durante Congresso, diretores de jornalismo de Estadão e Folha de S. Paulo falaram sobre novos modelos de negócio
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Karina Balan Julio
24 de junho de 2016 - 20h48
Na sexta-feira, 24, os diretores de jornalismo de Estadão e Folha de S. Paulo frisaram as mudanças nos modelos de negócio do jornalismo durante o 11º Congresso de Jornalismo Investigativo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Eles apontaram a diversificação da participação de anunciantes como uma tendência na área, através de seminários e eventos patrocinados, além da incorporação do branded content.
“Nós temos um departamento de projetos comerciais que cuida de reportagens patrocinadas que não têm a ver com o editorial”, comentou João Caminoto, diretor de conteúdo do Estadão. De acordo com ele, as grandes fontes de receita publicitária ainda estão nos anunciantes dos setores imobiliário, automobilístico e varejo, que sofreram bastante impacto da crise.
Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha, destacou também a disputa por anunciantes, que agora estão migrando para mecanismos de busca como o Google ou redes sociais como Facebook. “A publicidade está sendo pulverizada por vários players. Diferente do que se pensa, os anunciantes não migram do impresso para o digital, e quando o fazem, ela custa 10 vezes menos do que no impresso”, avalia. Apesar do crescimento da mídia digital e dos investimentos de marcas no setor, os veículos impressos não conseguiram realizar essa transição completamente.
A maior parte da receita dos jornais ainda é proveniente de anúncios no impresso – aproximadamente 75%, mesmo que o número de assinaturas digitais tenha crescido progressivamente. Desde 2012, quando a Folha passou a bloquear a visualização de conteúdo a partir de um determinado número de acessos do usuário, o número de assinantes foi de zero para 130 mil.
Além de cobrar pelo conteúdo online, as agências de notícia têm aderido aos antiadblockers, que impedem a navegação de usuários que utilizam adblockers. “Se o leitor não quer ver a publicidade que banca o conteúdo que ele está consumindo, vai ser convidado a assinar o jornal”, comentou Sérgio. Segundo ele, o digital ainda não é uma realidade do ponto de vista financeiro: “Quem paga as contas ainda é o papai impresso”, ressaltou.
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