Facebook reformula segmentação de anúncios para evitar discriminação

21 de agosto de 2018 - 13h00

O Facebook anunciou nesta terça-feira, 21, a remoção mais de 5 mil tags que podem funcionar como fatores discriminatórios na segmentação de campanhas de anunciantes. A partir das próximas semanas, empresas não poderão mais excluir audiências de suas campanhas com base em atributos como religião, etnia, gênero e sexualidade. Também não poderão combinar diferentes tags que expressem algum tipo de discriminação.

Uma vez que também é possível considerar audiências com interesses em comum na hora de direcionar anúncios, o banimento de algumas tags também visa impedir que empresas utilizem filtros ligados a discursos de ódio, como termos racistas e antissemitas.

Para continuar a utilizar a ferramenta de compra de anúncios da plataforma, todos os anunciantes deverão concordar com políticas de não-discriminação. O Facebook lançará ainda vídeos e material de apoio sobre o assunto para anunciantes. “Desenhamos este mecanismo de educação com apoio de especialistas para reforçar a diferença entre segmentação aceitável e discriminação”, disse a empresa em comunicado.

Nos Estados Unidos, por exemplo, o Facebook foi acusada pelo governo de possibilitar que anunciantes do setor imobiliário e empregadores excluíssem audiências com base em gênero, raça e religião, além de outros fatores. Um grupo imobiliário poderia, se quisesse, impedir que usuários latinos, com filhos ou algum tipo de deficiência vissem suas campanhas, enquanto uma empresa de recrutamento poderia excluir usuários mais velhos de campanhas sobre processos seletivos.

A mudança na plataforma de anúncios do Facebook entra em vigor nos Estados Unidos nas próximas semanas, e será expandida para outras interfaces de programação (APIs) e países aos poucos.