Uso de adblock é maior no desktop

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Uso de adblock é maior no desktop

Dados inéditos do IVC mostram o comportamento dos usuários brasileiros em relação aos bloqueadores de anúncio


21 de abril de 2016 - 7h00

Por Luiz Gustavo Pacete, de Sevilha*

O uso de bloqueadores de anúncios, os chamados  ad blockers, predomina no desktop em comparação com o mobile. A conclusão é de um levantamento recente do Instituto Verificador de Comunicação (IVC) sobre o perfil do uso da ferramenta pelos internautas brasileiros. Os dados correspondem às últimas informações do banco de dados do IVC, capturadas por meio de uma ferramenta criada em dezembro do ano passado, em parceria com a Alliance for Audited Media (AAM), que detecta ad blockers. 

Os números foram apresentados nesta quinta-feira, 21, por Pedro Silva, presidente do IVC e da IFABC, no i-Com Global Summit, evento de marketing digital que ocorre em Sevilha, na Espanha. De acordo com o levantamento, de todos os brasileiros que usam ad block nos sites auditados pelo instituto, 30% o fazem via mobile, enquanto no desktop esse percentual é de 68%.

De acordo com Pedro, o mobile apresentou um número baixo de penetração de ad block em relação ao que se esperava. “No entanto, apesar de hoje a origem de ferramentas deste tipo ser maior no desktop, a tendência é que ela cresça numa velocidade maior no mobile”, diz Pedro. Segundo ele, isso é natural na medida em que o próprio uso de smartphones está crescendo.

 

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O uso de ad blockers por device

O executivo lembra que nos meses de setembro e outubro do ano passado, o IVC fez uma pesquisa com seus clientes para entender qual era a percepção do mercado sobre os bloqueadores e foi constatado que não existiam altas expectativas de crescimento no uso, algo em torno de 5%. “Hoje, presenciamos que existe uma estimativa de crescimento do uso de ad block acima de 15% e com algumas tendências,  isso mostra que é um problema que não vai desaparecer”, explica Pedro.

 

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Navegadores mais usados pelos brasileiros

Quando observado o uso dos ad blockers em navegadores, o Chrome, que tem 74% de tráfego de computadores da internet, possui um índice de ad block de 17,5%.  O Firefox, que gera 19% do tráfego, tem 21,6% de uso de bloqueadores, neste caso, o alto índice está relacionado ao fato de o navegador  já vir com a tecnologia de ad block embarcada. “Muitas vezes o usuário acaba utilizando a ferramenta sem saber de fato o que ela faz e isso acaba aumentando a penetração de bloqueadores no firefox”, explica. O Internet Explorer, que corresponde a um tráfego de 4% tem 8,7% do uso de ad block. O navegador da Microsoft é muito utilizado por empresas com ambientes controlados onde é mais difícil instalar uma ferramenta adicional, explica Pedro.

Na visão do presidente do IVC, o ad block não é problema somente dos publishers, na prática, todo o mercado tem de lidar com o assunto. “No longo prazo (os ad blockers) envolvem agência e  anunciantes”, ressalta. Neste momento, Pedro explica que muitos dos clientes do IVC ainda estão observando os dados sobre os bloqueadores antes de tomarem medidas extremas. “Não necessariamente bloquear conteúdo como fez o New York Times é uma solução, é necessária uma estratégia conjunta e complexa”, explica Silva. O executivo acredita que o ad block traz uma reflexão para o mercado de uma entrega de conteúdo mais complexa e que vai demandar maior esforço conjunto de publishers e anunciantes.

Referência para o mercado internacional

É a primeira vez que o IVC apresenta os dados da nova ferramenta para o mercado internacional. O levantamento detalhado é inédito no mundo.  “Neste momento, estamos apresentando a ferramenta ao mercado mundial e estamos aberto para que outros mercados e países venham entender o nosso modelo”, diz Pedro.

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Pedro Silva participa do i-Com Global Summit, em Sevilha (Crédito: Luiz Gustavo Pacete)

O assunto é discutido em vários mercados, mas ainda são poucos os dados detalhados sobre os ad blockers. Na Espanha, por exemplo, o IAB local possui alguns dados genéricos sobre o tema como conta Rene Dechamps, data science anlytics da NeoOgilvy Espanha. “Passamos a receber algumas informações sobre ad blockers, mas ainda é algo incipiente. A questão é que o tema assusta o mercado”, explica Rene.

Josh Chasin, Chief Research Officer da Comscore, explica que o tema é motivo de grande discussão na indústria americana e que sinaliza para o mercado criativo que a publicidade pode ser mais inteligente. “O mercado terá de encontrar uma forma de transformar o desafio dos ad blockers em algo que contribua para uma publicidade mais relevante”, explica.

 *O repórter viajou a convite do IVC e do i-Com Global Summit

 

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