Prédios desistem de patrocínio em obras

Buscar

Prédios desistem de patrocínio em obras

Buscar
Publicidade

Mídia

Prédios desistem de patrocínio em obras

Ansiosos por estampar anúncios em troca de investimento em reforma, edifícios como o Copan iniciaram obras por conta própria


5 de fevereiro de 2013 - 8h31

Marco arquitetônico do País e cartão postal de São Paulo, o edifício Copan tentava, desde 2010, arrecadar junto à iniciativa privada um patrocínio para o restauro de sua fachada. Seria a primeira grande reforma de sua história e custava, na época, R$ 17 milhões. A contrapartida previa a exposição da marca patrocinadora em 20% da manta de proteção que protegeria a fachada durante a reforma, o equivalente a 10 mil metros quadrados. O Copan só conseguiu iniciar sua reforma na semana passada, agora corrigida em R$ 23 milhões, e sem patrocínio. Ninguém se interessou no investimento.

O caso se torna ainda mais peculiar diante da vigência, desde 2007, da lei municipal 14.223, que transformou radicalmente a paisagem da cidade ao restringir o tamanho do logotipo e nome de marcas nas fachadas de estabelecimentos comerciais e proibiu os outdoors. A Lei Cidade Limpa, como ficou conhecida, inspirou outros projetos no País e balançou o mercado de propaganda, que ficou desnorteado à época de sua publicação. Seu artigo 37, no entanto, autoriza a Secretaria de Cultura a viabilizar anúncios em bens de valor cultural, mediante patrocínio ou investimento. Prédios históricos como o Copan, o Circolo Italiano e o Edifício Esther ansiavam por parcerias, mas elas não vieram.

Algumas marcas fizeram parcerias com o poder público envolvendo exposição em outros itens da paisagem urbana. As diversas ações envolvendo o incentivo ao uso de bicicletas viraram cases referenciais no mercado. O banco Itaú instalou as centrais Bike Sampa – a exemplo do projeto Bike Rio –, com empréstimo de bicicletas em diversos pontos da cidade. Muitos são próximos à Ciclofaixa de Lazer, projeto apoiado pela Bradesco Seguros e Previdência. Quem preferir utilizar uma ciclovia de fato, pode usar a do Ibirapuera, recentemente reformada com patrocínio da Volkswagen. Quem passeasse por lá em dezembro de 2011 notaria que a árvore de Natal do Ibirapuera levava a marca do Santander. Neste 2013, o mobiliário urbano de São Paulo – principalmente abrigos de ônibus e relógios de rua – começa a ser substituído e Ambev e Net adquiriram as primeiras cotas.

Oportunidades

Sérgio Krichnã Rodrigues, diretor corporativo da SP Obras, afirma que a Prefeitura é receptiva a bons projetos de patrocínio: “ainda que a exposição tenha um prazo curto e efêmero, a marca é institucional, será associada a algo valioso para a cidade, estará muito em voga.” A própria SP Obras está reformando um prédio tombado na rua Líbero Badaró, o edifício Sampaio Moreira, que deverá abrigar o gabinete da Secretaria de Cultura. “A mídia exterior superou o formato básico de outdoor permitiu uma série de possibilidades criativas, interativas e inovadoras que melhor conectam a marca e o público”, diz Artur Martins, gerente-executivo de marketing comunicação da Volkswagen do Brasil. “Fundamentalmente informativa, passou a ter um papel de entretenimento e envolvimento com a mensagem exposta.”
Apesar de o mercado admitir que há potencial nesse tipo de mídia, na prática pouco acontece. Segundo Paula Nader, superintendente executiva de marketing do Santander, a efemeridade mencionada pelo diretor da SP Obras é um forte impeditivo. A tendência, segundo ela, é associar-se a projetos de lastro, mesmo que a exposição de marca não seja tão evidente. “Queremos levar benefícios para as pessoas, que sejam relevantes para a sociedade e tenham a ver com nossa missão”, diz. Entre as prioridades de patrocínio do Santander, estão três prédios históricos: um em São Paulo, onde fica a reserva técnica do acervo de arte do banco; e dois centros culturais do banco, em Porto Alegre e Recife. Para Martins, a ação feita na ciclovia do Ibirapuera há poucos anos ia além de um recurso de comunicação institucional: “era mais uma ação da marca em favor do estimulo à qualidade vida por meio do esporte que está presente na estratégia da Volkswagen. Consideramos também a ação como um presente para São Paulo e para os frequentadores do Parque do Ibirapuera”.

Para o executivo, mídias Out of Home viraram alternativas para ampliar o alcance de mídia externa. “Adicionalmente incluímos nos planos de mídia ações em shoppings, cinemas, placas de campo de futebol, exposições de carros em geral e mídia em aeronaves, como é o caso da TAM”, explica. Segundo Paula, naming rights seriam mais interessantes se tivessem maior aceitação no Brasil. “Há muitas restrições aqui, principalmente junto às emissoras de TV e em boa parcela da imprensa, que não mencionam o naming, não dão o crédito”, diz. A menção de nome poderia, em tese, compensar altos investimentos em projetos com prazos curtos como restauros.

Rodrigues não acredita que o texto da Lei Cidade Limpa abra exceções num futuro próximo. Ainda assim, defende que há boas oportunidades segundo as permissões do artigo 37 e que as empresas interessadas poderão abrir precedentes para o País inteiro. “Ter uma publicidade que se harmoniza com o espaço turístico é fundamental. Afinal, cerca de 7,4 milhões de pessoas que utilizam os transportes públicos diariamente passam por esses lugares, levam essas mensagens”, diz, referindo-se especificamente ao mobiliário urbano. As oportunidades de negócios, segundo ele, espalham-se por todos os quadrantes da cidade, não só na região central. “Vai permear a mídia em tudo que é lugar”, conclui.
 

wraps

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Uplify estrutura operação no Brasil

    Uplify estrutura operação no Brasil

    Martech Uplify usa inteligência artificial e machine learning para conectar marcas à influenciadores de livestreaming

  • Ana Maria Braga e Receitas oferecem soluções publicitárias juntos

    Ana Maria Braga e Receitas oferecem soluções publicitárias juntos

    Ofertas conjuntas entre Ana Maria Braga e Receitas visa aproximar o público e a atenção dos consumidores