Super Bowl amplia conexão com fãs e marcas no Brasil
Final da NFL deve impactar aproximadamente 23 milhões de pessoas no país até o próximo domingo, segundo Ibope Repucom
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Renato Rogenski
29 de janeiro de 2020 - 6h00
No próximo domingo, 2, Kansas City Chiefs e San Francisco 49ers entram em campo para disputar o Super Bowl, no Hard Rock Stadium, em Miami. Se nos Estados Unidos o evento é há muito tempo um canhão midiático, no Brasil os números de engajamento do big game crescem ano após ano. Em 2019, a audiência da final da NFL em solo brasileiro foi 67% maior que a de 2015, segundo o Ibope. O tempo que o telespectador dedicou à transmissão do jogo também aumentou 34% entre as duas finais (2015 e 2019).
Além dos canais regulares, a audiência no país bateu recordes também em outras plataformas em 2020, segundo a ESPN, detentora exclusiva das transmissões do campeonato regular da liga americana, incluindo o grande evento. No serviço de streaming WatchESPN, o público da final cresceu 40% em relação ao Super Bowl de 2018. Já o site ESPN.com.br viu o número de visitantes únicos crescer 61% no conteúdo relacionado à decisão. “A NFL vem ampliando a sua base de fãs no Brasil a cada ano, fator que já coloca o mercado brasileiro como o segundo maior em número de fãs fora dos Estados Unidos, atrás apenas do México. Mesmo assim, a liga tem potencial de crescimento”, afirma Giselle Ghinsberg, head de ad sales e parcerias da Disney no Brasil
Do ponto de vista de alcance em todas as mídias, segundo as projeções do Ibope Repucom, o Super Bowl LIV deve impactar aproximadamente 23 milhões de pessoas no país. A estimativa é baseada no estudo Sponsorlink, que aponta que 24% dos internautas brasileiros se declararam fãs de futebol americano, o que representa atualmente 22,6 milhões de indivíduos com 18 anos ou mais das cinco regiões do país. Tais dados representam um crescimento de mais de 160% entre os apaixonados pelo esporte desde 2013. Realizada em junho de 2019, a pesquisa ouviu mais de mil entrevistados, que representam 94,4 milhões de pessoas que acessam a internet no Brasil.
De acordo com Ivan Martinho, professor de marketing esportivo da ESPM e CEO Latam da World Surf League, a atração do brasileiro pelo Super Bowl encontra motivação por dois aspectos principais. “O primeiro deles é o trabalho de construção da ESPN, não apenas no investimento da cobertura, mas também na missão de explicar o esporte para as pessoas no país. O segundo ponto é curioso, porque está ligado ao carisma da figura da modelo brasileira Gisele Bundchen, que é casada com o Tom Brady, uma das maiores estrelas da NFL”, explica.
Marcas e eventos
O crescimento da modalidade no Brasil também atrai a atenção das marcas. Em 2019, Motorola, Mitsubishi, Bradesco, O Boticário, iFood, Mapfre e Havan participaram de toda a temporada da NFL na ESPN. Em 2020, os cotistas são Mitsubishi, Samsung, Budweiser, Mapfre, Claro, Magazine Luiza, Bradesco e CCAA. Além destes parceiros, o canal também fechou acordo pontual com mais de 15 marcas especificamente para o Super Bowl. “Tem uma oportunidade grande ainda para as marcas se apropriarem. As que fizeram isso com mais propriedade até hoje são da categoria de cervejas, como a Budweiser, ou de restaurantes, como o Applebess, que se relacionam de alguma maneira com a experiência de assistir ao jogo”, ressalta Ivan.
Além da presença das empresas nas transmissões e outras ativações, seja na televisão, out of home e nos meios digitais, alguns eventos especificamente criados por conta do Super Bowl também potencializam a experiência da final do futebol americano para o público brasileiro. Em 2020, por exemplo, a Budweiser vai repetir as edições do Bud Basement, casa cuja programação focada em esporte, música e gastronomia começa na sexta-feira (31) e vai até o término do big game, no domingo (2) de noite.
Outro comportamento que tem se consolidado ao longo das últimas temporadas de NFL no Brasil é a transmissão dos jogos no cinema, em uma parceria entre ESPN e Cinelive que em 2020 acontece pelo sétimo ano consecutivo. No próximo domingo, mais de 100 salas espalhadas por diversas cidades brasileiras vão transmitir a final do Super Bowl, com ingressos que variam entre R$ 60 e R$ 80. Somando somente as duas últimas edições (2018 e 2019), por exemplo, o número de fãs que assistiram ao evento no cinema chega a quase 25 mil.
*Crédito da foto no topo: NFL
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