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Não corra, Papai

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Ponto de vista

Não corra, Papai


9 de abril de 2013 - 4h16

Leio a entrevista de Mark D’Arcy, do Facebook, no Meio e Mensagem. Entre outras coisas, ele confirma o lema "move fast" de sua empresa, dizendo que "a ideia de mover-se com velocidade é crítica". Concordo 100%. Bota crítica nisso.
No mesmo dia, vejo a morte de Nicolas Cage sendo compartilhada nas redes sociais. Dou-me ao trabalho de checar (tenho essa estranha mania) e descubro que é a segunda vez que ele morre este ano. Mais um "internet hoax", como definem os sites americanos.

O alívio de saber que Nicolas Cage não morreu colide em minha cabeça com os danos causados por exércitos de blogueiros (custeados com dinheiro público) disparando intrigas e factóides políticos, esbarra no desvairado pastor Feliciano pedindo aos fiéis que postem a seu favor, resvala em todos que nos pedem "likes" pra atingir sabe-se lá que metas de fantasiosa popularidade, e se confunde com as marcas que se misturam aos nossos amigos em busca de uma intimidade forçada. Basta um clique. É tudo tão imediato.

Confesso que bateu saudade das mensagens que nos convidavam a pensar ("Think" da IBM, "Think Different" da Apple, "Think Small" da Volkswagen"), e até me senti tentado a entrar na temática da credibilidade. Mas deixa pra lá, isso é coisa da velha mídia, não é mesmo?

O Facebook está certo quando fala em nome da cyber "realidade". Estamos na era da aceleração, move fast, my friend. Só que nunca é demais lembrar a lição que os automóveis nos ensinam: velocidade é moderna, possante e emocionante, mas também mata. Nicolas Cage que o diga.

Adilson Xavier 

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