Meio & Mensagem
22 de fevereiro de 2012 - 5h12
Quando o mundo globalizado busca as “human truths” que permitem o voo de ideias acima das barreiras culturais, e quando o entretenimento passeia de mãos dadas com a propaganda, onde estariam as melhores fontes para os publicitários? Na premiação que mostra o que o mundo da publicidade e do marketing tem feito, ou naquela que destaca os temas que se propõem a emocionar as pessoas em todo o planeta?
Claro, ambos são grandes e necessários faróis. Mas tenho a impressão de que o Oscar ilumina o caminho adiante, enquanto o Festival de Cannes (o de publicidade, rebatizado como “de criatividade”, não o de cinema, certo?), mesmo acontecendo 4 meses depois, tem função mais retrospectiva, colocando suas luzes sobre os sucessos do ano que passou. A vocação de um como plataforma de lançamento mundial, e de outro como consagrador de ousadias já consolidadas, indicam estarem na clássica situação de para-brisa/retrovisor.
São eventos absolutamente diferentes, isso não se discute. Mas que estão bastante próximos no cenário atual como agentes de inspiração criativa, nenhuma dúvida.
Acreditando ou não nessa tese (que obviamente utiliza algumas licenças poéticas pra ficar mais provocativa), vale observar a coerência dos principais favoritos ao prêmio de Hollywood. Tanto “O Artista” quanto a “Invenção de Hugo Cabret”, revisitam as bases, reforçam os traços da história do próprio cinema, valorizam seu ofício dando-lhe um banho de emoção. São filmes que falam de filmes, metalinguísticos na essência, que fazem crescer nossos vínculos (conexões, pra ficar num vocabulário mais online) com a sétima arte. Se vamos até “Histórias Cruzadas”, tudo gira em torno da elaboração de um livro (de novo, produção de conteúdo), e do seu poder transformador numa sociedade preconceituosa. Tudo impecavelmente produzido, com os ingredientes necessários pra que o público não desgrude os olhos da tela. Sonho de todo publicitário, seja lá de que plataforma estejamos falando.
Os três filmes focam no passado para nos fazer enxergar melhor o presente e o futuro. Parece uma boa estratégia, né? Não sei em que pesquisas ou intuições os grandes estúdios se basearam, mas eles estão acreditando nisso. Melhor prestar atenção.
De minha parte, gostei muito dos três, e vou logo declarando meu favorito: O Artista. Mudo, em preto e branco, mas surpreendentemente atual.
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