Produtora BossaNova redefine atuação

Felipe Turlao
21 de setembro de 2015 - 11h16

 A BossaNovaFilms redesenha seu modelo de negócios e terá dois novos sócios. Aos fundadores Edu Tibiriçá, Denise Gomes e Willy Biondani, se unem Ale Lucas, que tem carreira de 20 anos na publicidade e chegou à produtora em 2012 como diretor de cena, e Luiz Villaça, conhecido pelos longas Por Trás do Pano e O Contador de Histórias, também há três anos na empresa.

A nova estrutura societária da produtora nascida em 2005 é um dos principais componentes de um plano de negócios estabelecido após a chegada do fundo de private equity Investimage. Comandado por Thierry Peronne, o fundo anunciou em fevereiro aporte de R$ 7 milhões divididos entre BossaNova, Glaz e Oca Filmes.

Branded content
Como parte das mudanças, a produtora redefiniu sua gestão e passa a ter novos processos e entregas, com o objetivo de acelerar seu crescimento nos próximos anos. “Os departamentos de marketing dos anunciantes estão se abrindo a outros formatos. A transformação provocada pelo digital trouxe milhões de possibilidades de atuação que modificaram a cadeia produtiva do mercado de comunicação. As produtoras também precisam mudar sua atuação”, afirma Tibiriçá, CEO da BossaNovaFilms.

Uma das novidades é a ampliação do uso da narrativa de entretenimento em projetos de branded content. “Quem produz conteúdo, ganha relevância significativa nesse cenário. Os universos de propaganda e entretenimento estão se unindo e fazem surgir outra forma de fazer a mesma coisa de sempre, que é contar uma história de maneira relevante”, analisa.

A BossaNova também acaba de contratar Paulo Perez (ex-Grupo W) como head de estratégia digital, para a criação de novos formatos multiplataformas para distribuição de conteúdo, e estabelece um grupo de inteligência integrada, formado pelos principais executivos da produtora, para identificar oportunidades que unam criatividade e negócios.

A produtora também lançou hubs dedicados a cinco segmentos, para facilitar os processos criativos (ficção, animação, aventura e natureza, infanto-juvenil e branded content) e contará com os selos BossaLab, que já existia, focado em inovação; BossaRetail, para projetos de varejo, sob liderança de Magda Parolin-Barbieri; e BossaStudio, de pós-produção. O pacote de novidades inclui ainda as contratações dos diretores Christiano Metri e Julio Hey, e a renovação da marca, criada pelo publicitário Pedro Cappeletti, ex-CEO da Grey, agora atuando no seu escritório de design, chamado Pedro e o Lobo.

Narrativas com calendário

O movimento da BossaNova sinaliza possíveis caminhos para o mercado de produção, um dos segmentos da comunicação mais afetados pela crise. “Cada projeto precisa ser pensado com cabeça multiplataforma”, afirma Tibiriçá, que cita como exemplo o projeto Rio, Eu Te Amo, longa pensado como plataforma de comunicação mais ampla. “Em projetos como esse, as narrativas são entregues ao longo de um calendário pensado estrategicamente e no qual o digital é o hub para distribuir e fidelizar uma comunidade em torno da obra”, analisa.

Um dos novos projetos nessa linha é o da Turma da Mônica Jovem, parceria com a Mauricio de Sousa Produções, que vai transformar a história em quadrinhos em longa live-action: além do longa-metragem, que será lançado daqui um ano e meio, a marca será trabalhada em ativações, redes sociais e produtos de licenciamento antes mesmo de chegar à tela do cinema.