Relações públicas: o que afeta este segmento?
Estudo mostra mudanças que impactam o setor de imprensa corporativa ao redor do mundo
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Teresa Levin
27 de junho de 2018 - 10h43
Os impactos das atuais transformações no mercado de comunicação sobre o segmento de relações públicas foram alguns dos pontos levantados no estudo The Evolution of Ethics, promovido anualmente pela USC Annenberg School of Communication and Journalism da University of Southern California. Desenvolvido no começo de 2018 junto a profissionais que atuam na área de relações públicas e também a estudantes que frequentam faculdades desse segmento, o estudo apontou que, em uma era em que a mídia passa por profundas mudanças, os profissionais de comunicação corporativa regularmente se encontram em meio a situações éticas complexas, com clientes controversos ou com posições divididas e polarizadas. Diante deste cenário, a forma como os comunicadores lidam com tais questões tem efeito direto sobre a imagem das organizações. A proliferação de fake news, a participação crescente de influenciadores pagos em ações de comunicação e o número cada vez maior de iniciativas de branded content causam ainda mais dúvidas.
O estudo ouviu cerca de mil profissionais de PR, sendo 590 de agências/consultorias e 411 que trabalham internamente nas empresas; deste total, 53% são dos Estados Unidos e 47% de outros países. Além deles, 168 estudantes também foram entrevistados. A maioria concorda que o setor de relações públicas mudou muito nos últimos anos e também acredita que esta transformação está longe do fim: 70% dos entrevistados acreditam que a indústria do PR irá mudar consideravelmente nos próximos cinco anos. Entre os executivos ouvidos, 61% confiam que suas agências estão preparadas para as transformações que virão. Dos estudantes, 53% consideram que seus cursos estão preparando-os para tal.
Mudanças na mídia (87%) e novas tecnologias (82%) são apontadas como os maiores agentes dessa transformação. Maior acesso a dados (77%) e mudança no modelo de negócio (65%) vêm em seguida. Para se adaptarem, os profissionais consideram que vão precisar de maior conhecimento em mídias sociais (83%), conteúdos multimídia (79%) e analytics/data (78%).
Um trabalho integrado entre as agências de PR e os departamentos de marketing também é apontado como algo que ganha cada vez mais relevância. Se no estudo desenvolvido no ano passado 47% dos profissionais de agências de PR e 45% dos que atuam dentro das empresas disseram que esta integração cresceria em cinco anos, no estudo de 2018 este número saltou para 90% e 82% respectivamente.
A pesquisa também aponta as mudanças na mídia e seu impacto sobre consumidores. A maioria dos entrevistados apontou que em cinco anos o consumidor não saberá diferenciar mídia comprada, da compartilhada e da espontânea: ano passado 51% afirmaram isso e, em 2018, 64%. Dos profissionais de PR ouvidos, 60% disseram acreditar que em cinco anos o consumidor médio não ligará para esta diferenciação.
Sobre resultados deste ano, os entrevistados estão otimistas: 86% disseram que esperam um crescimento das receitas de suas firmas em 2018. Metade deles acredita em um crescimento de receita de menos de 15% e o restante aposta em números maiores.
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