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Rock in Rio mira globalização

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Comunicação

Rock in Rio mira globalização

Grupo Artplan busca sócios, com intermediação do banco Pactual, para promover o festival em novos mercados da Europa e da América Latina


22 de novembro de 2011 - 11h16

O Rock in Rio conquistou o Brasil em 1985 e a península ibérica a partir de 2004, quando foi realizada a primeira edição em Lisboa. A extensão do sucesso à Espanha com o Rock in Rio Madrid em 2008 e 2010 não deixou mais dúvidas para Roberto Medina, criador do festival, em relação à vocação internacional do evento.

Na mira para os próximos anos estão uma nova edição europeia, no Reino Unido ou na Alemanha; uma nos EUA; e outra na América Latina, com México e Colômbia como prováveis destinos.

A ambiciosa expansão, porém, exige investimentos e sangue frio para os riscos que existem na exploração de novos mercados. É neste contexto que o banco Pactual está há mais de três meses buscando sócios em nome da família Medina para que a jornada não se torne uma aventura.

Uma das primeiras medidas para deixar o terreno mais fértil para os futuros sócios é a desvinculação do Rock in Rio da Dream Factory, agência de promoção e eventos criada em março de 2001 para cuidar da comercialização e realização do festival.

Roberta Medina, fundadora da Dream Factory, conta que nos dez anos de trajetória da empresa foram criados e realizados inúmeros outros eventos proprietários que deram vida própria ao empreendimento. A base da nova empresa deve ser a Better World, criada em 2004 para ser uma filial da Dream Factory em Portugal e se dedicar às versões europeias do festival.

“A operação, junto com a filial na Espanha, é toda dedicada à produção do Rock in Rio Lisboa e Madrid”, conta Roberta. A nova empresa também cuidará de projetos de licenciamento da marca como o desfile da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel no carnaval 2013, ano que a quinta edição do festival volta a acontecer no mês de setembro.

Rock in Rio também será o nome de uma peça de teatro que será produzida pela Aventura, empresa de Luiz Calainho em sociedade com os diretores teatrais Cláudio Botelho e Charles Müller.

Na lista de potenciais parceiros estariam empresas nacionais e internacionais, mas nenhuma ainda próxima do acerto, afirma Roberta Medina, caçula de Roberto e hoje principal executiva da franquia Rock in Rio. “Nosso plano é manter uma parcela majoritária no negócio e atrair um sócio com perfil mais investidor, pois já temos o formato e o know how para implementarmos a expansão”, conta a executiva.

Para se ter uma ideia de valores de possíveis aportes, ela conta que a última edição do festival em setembro passado no Rio de Janeiro teve um custo de produção de R$ 95 milhões enquanto as edições em Lisboa e Madrid custaram respectivamente 25 e 27 milhões de euros. “Infelizmente os custos no Brasil são mais altos”, explica Roberta, sem no entanto abrir cifras de faturamento nem de lucro. “Os riscos em cada edição do festival vão até o último segundo, quando o último expectador deixa o show”, afirma.

As motivações de cada um desses novos mercados em receber o festival também variam. Na Colômbia, por exemplo, mais do que os lucros dos parceiros locais existe a percepção de um evento bem sucedido reunindo as principais banda do mundo pode ajudar o país a consolidar uma nova imagem no cenário global.

Braço Direito

A trajetória profissional de Roberta se confunde com o renascimento do Rock in Rio em 2001. Após amargar um acúmulo de prejuízos com as duas primeiras edições, Roberto Medina só confirmou a terceira edição no início da década passada após fechar um pacote de patrocínios que lhe garantisse o resultado financeiro.

Recém-formada em comunicação e com apenas 23 anos, Roberta assumiu um papel fundamental na realização daquele evento, com apoio logístico e promocional total da Artplan, agência de publicidade da família.

A primeira lição daquela experiência rendeu seu primeiro empreendimento: a criação da Dream Factory. “Era sempre assim. A agência sempre parava em época de Rock in Rio, o que começou a atrapalhar a percepção no mercado. Tínhamos que criar uma empresa só para fazer o festival”, conta Roberta.

Nos três primeiros anos da Dream Factory, Roberta se manteve na presidência da agência, dando sequência a eventos criados pelo pai na Artplan, como a tradicional Árvore de Natal da Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro, patrocinada pela Bradesco Seguros desde 1996.

Uma de suas primeiras grandes realizações foi o festival de música eletrônica Coca-Cola Vibe Zone em 2003, mesma época em que começou a fazer da ponte-aérea Rio – Lisboa uma de suas principais rotinas profissionais, se tornando o braço direito do pai no sonho da primeira edição internacional do Rock in Rio.

A entrada no marketing esportivo aconteceu em 2008 com as aquisições da Gi´me 5, dos ainda remanescentes sócios Carlos Alberto Parreira e Bernardo Resende; e da Moovin´, de Duda Magalhães, atual sócio e diretor geral da Dream Factory.

Um dos principais eventos no calendário 2012 da Dream Factory é a realização no Brasil do festival catalão Sonar, dedicado a música de vanguarda, com apoio do Departamento de Apoio à Cultura do Governo da Catalunha. O formato será igual ao realizado em Barcelona anualmente, com três dias de shows com atividades diurnas e noturnas nos dias 11, 12 e 13 de maio, no Anhembi.

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