Brasileiros são infieis a apps de serviços
Estudo da Associação Brasileira de O2O, em parceria com a Netquest, mostra um mercado que cresce 30% ao ano, mas ainda sem alto grau de engajamento
Estudo da Associação Brasileira de O2O, em parceria com a Netquest, mostra um mercado que cresce 30% ao ano, mas ainda sem alto grau de engajamento
Luiz Gustavo Pacete
24 de agosto de 2016 - 7h00
Pedir uma pizza, um Uber, ou qualquer outro aplicativo de transporte, marcar hora no salão e até mesmo agendar uma consulta médica. Tão populares entre os brasileiros, os aplicativos de serviços ainda nem chegaram a sua fase adulta. De acordo com um estudo produzido pela Associação Brasileira de Online to Offline (ABO2O), entidade que reúne players do setor, o mercado de aplicativos de serviços se encontra em expansão no Brasil, com empresas que apresentam crescimento médio de 30%. Em estudo anterior, feito em 2015, estima-se que, no País, o setor tem potencial para movimentar R$ 1 trilhão por ano quando atingir seu grau máximo de maturidade.
O levantamento, feito com 2.500 usuários voluntários, mostra que há pouca fidelidade do consumidor a marcas de apps móveis e forte procura por ofertas e serviços mais eficientes. Os resultados apontaram que 86% eram usuários de smartphone com o sistema Android e outros 14% por usuários de iOS. O estudo também mostra que a maior parte dos entrevistados começou a utilizar serviços de O2O há menos tempo que em mercados mais avançados, como Estados Unidos e China e ainda não há marcas consolidadas. O estudo analisou 12 categorias diferentes de serviços.
De acordo com Marcelo Zeferino, gerente de produto mobile do Peixe Urbano, a experiência será o diferencial para construir fidelidade junto ao consumidor. “Os dados de mercado nos leva a entender quão importante é a experiência de usabilidade do usuário. Para criarmos recorrência é preciso que o aplicativo seja realmente útil para o cliente, que resolva alguns problemas ou que traga benefícios e facilidades”, diz Zeferino.
José Larrucea, CEO do Apontador, explica que sua empresa usufrui dessa “infidelidade”, pois “hoje os usuários recorrem à nós justamente pela variedade de locais e facilidade de busca nas diversas plataformas e categorias”, diz Larrucea. Marcel Gewerc, co-fundador da Trinks, conta que os aplicativos de serviços na área de beleza está em seus primórdios e semanalmente podem ser observadas novas tendências. “O grande desafio é vencer a cultura que ainda é de ligar ao invés de usar o app para o agendamento e por isso estamos sempre lembrando o usuário que, uma vez que experimenta o app, não precisa mais usar o telefone para agendar”, diz Gewerc.
Entre as pessoas que utilizam apps de serviços, as mulheres são maioria (61%, contra 39% de homens) e são majoritariamente jovens. Cerca de 70% dos usuários de O2O têm menos de 34 anos.
“Sabemos que os brasileiros são altamente conectados e rigorosos no critério que define quais aplicativos permanecerão na tela dos seus smartphones, por isso mantemos diálogo constante com os nossos usuários para comunicar os benefícios em utilizar o app da 99, principalmente pela rapidez que oferecemos no transporte e economia que proporcionamos com as constantes ações de descontos”, diz Ricardo Kauffman, gerente de Relações Públicas da 99.
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