O plano de expansão da Grand Cru para 2023
Parte da holding Víssimo Group, importadora de vinhos premium pretende abrir 26 lojas no próximo ano
Parte da holding Víssimo Group, importadora de vinhos premium pretende abrir 26 lojas no próximo ano
Caio Fulgêncio
13 de dezembro de 2022 - 12h40
A Grand Cru, importadora e distribuidora de vinhos premium, que completa duas décadas neste ano, anunciou seu plano de expansão para 2023 no mercado brasileiro. A pretensão, de acordo com a direção da companhia, é de abrir 26 novas lojas próprias durante o próximo ano – além das 19 já existentes e das 114 franquias.
No ano passado, a marca foi comprada pela Evino, movimentação que resultou no nascimento da holding Víssimo Group. A Grand Cru tem no portfólio 98 vinícolas, com rótulos de países como França, Espanha, Chile, Argentina e Portugal. De acordo com a direção, em 2023, a empresa quer aumentar esse número em pelo menos 30%.
Em comemoração ao aniversário de 20 anos, sob a consultoria estratégica da Thymus, a importadora lançou uma nova assinatura e a mensagem “A Vida Engrandecida”. Em entrevista ao Meio & Mensagem, Alexandre Bratt, CEO da Víssimo Group, fez um balanço sobre os negócios do ano e analisou o mercado de vinhos no País.
Meio & Mensagem – Após pouco mais de um ano de formação da holding Víssimo Group, que balanço você faz desse último ano em termos de negócios?
Alexandre Bratt – Para este ano, a expectativa é faturar R$ 700 milhões. Foi um ano desafiador, no qual unimos a cultura de duas empresas e times diferentes, mas encerramos muito melhor do que começamos. Em outras palavras, o ano de 2022 foi um período fundamental para alinharmos os pontos que nos colocam mais perto de nos tornarmos o maior varejista de vinhos, alimentos e bebidas do Brasil. Sendo assim, para construir esse legado, temos nossas marcas de mercado – Evino e Grand Cru – e prevemos a aquisição de outras que irão oferecer serviços, produtos e soluções complementares para agregar na vida e no bem-estar do público.
M&M – Mesmo com o e-commerce cada vez mais inserido no cotidiano dos consumidores brasileiros, uma das projeções para 2023 é a abertura de 26 lojas próprias. O que motiva esse investimento?
Alexandre – Acreditamos muito na multicanalidade e esse é um dos principais pilares de Víssimo Group. Por isso, a Grand Cru já possui presença estabelecida no mundo físico, a Evino acaba de fazer sua estreia fora do mundo digital e acreditamos muito nessa complementaridade dos dois canais. No caso de Grand Cru, nosso objetivo é abrir mais lojas e reforçar o atendimento consultivo com os nossos clientes. O consumidor que vai até a loja comprar uma garrafa de vinho quer saber mais da história do rótulo, da vinícola, tem interesse em ter essa troca. Além disso, os pontos de venda também facilitam o relacionamento com influenciadores regionais, que podem colaborar com ações de marketing do grupo. Em termos de logística, contar com uma loja física facilita a distribuição a parceiros comerciais, como os restaurantes.
M&M – A estratégia de abertura de lojas próprias também deve ser adotada por Evino em 2023? Quais os próximos passos para essa marca?
Alexandre – Sim. Já temos duas unidades previstas para 2022 e a ideia é seguir com a estratégia em 2023. Temos a previsão de abertura de 16 lojas entre próprias e franquias. Sendo assim, nosso objetivo é criar nossa autoridade no mundo físico com Evino, desenvolvendo um relacionamento de descobertas e experiências com o nosso consumidor, proporcionando oportunidades de estar em contato com o mundo do vinho de forma divertida e casual.
M&M – Durante a pandemia, houve crescimento no consumo de vinho em casa. Agora, depois da retomada do presencial, houve alguma mudança no perfil do consumidor brasileiro e na relação dele com a categoria?
Alexandre – O brasileiro vem consumindo cada vez mais vinho e acreditamos que é um momento positivo do mercado. Com toda certeza, a pandemia teve um papel fundamental nessa mudança de comportamento, onde o vinho foi protagonista e se tornou uma bebida bastante procurada. No entanto, o mercado de vinhos em território nacional ainda é muito incipiente. Consumimos menos de 3 litros per capita no Brasil. Se comparamos a qualquer país que tenha alguma cultura de vinho, estamos muito aquém. Por isso, nossa missão é contribuir para que o mercado esteja cada vez mais aquecido e que o vinho se popularize no Brasil.
M&M – O Brasil é um país continental, quais os desafios para falar com os diferentes públicos, de idades, regiões e preferências diversas?
Alexandre – Nosso principal desafio é entender o cliente e entender seu consumo. Por isso, a regionalidade não impacta nessa análise. Temos duas marcas e segmentações que apelam para públicos diferentes, não de faixa etária ou região em que moram, mas sim de trânsito no mercado de vinhos. O consumidor de Evino é mais novo no mercado, descobertas, transacionais e o de Grand Cru é mais versado e busca por experiências mais sofisticadas. Então, é uma relação que tem a ver com a classificação do consumidor de acordo com o seu perfil de consumo.
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